EFEITO COGNITIVO DAS DROGAS PROFILÁTICAS DA MIGRÂNEA DURANTE O SEU TRATAMENTO AGUDO UTILIZANDO SUCCINATO DE SUMATRIPTANA
Aluno de Iniciação Científica: Conrado Regis Borges (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Medicina
Orientador: Élcio Juliato Piovesan
Colaborador: Lucas Pires Augusto, Gustavo da Cunha Ribas, Sueny de Paula Monarin
Departamento: Clínica Médica
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: migrânea , cognição , sumatriptano
Área de Conhecimento: 40101070 - NEUROLOGIA
A migrânea é uma entidade nosológica na qual se observam, entre outros sintomas, cefaléia e diminuição da função cognitiva. Estudos sugerem que o sumatriptano, agonista serotoninérgico comumente utilizado durante as crises, produza melhoras tanto nos sintomas álgicos quanto nos sintomas cognitivos. Os mecanismos envolvidos na melhora cognitiva não foram completamente elucidados. O objetivo do estudo foi verificar a ação do succinato de sumatriptana sobre o comportamento de ansiedade de ratos e sua relação com 4 diferentes drogas de uso profilático na migrânea. Utilizando-se de um modelo experimental para avaliação da ansiedade, labirinto em cruz elevado (LCE), foram estudados 65 animais (ratos Norvegicus) do sexo masculino com peso médio de 175 gramas. Os animais foram divididos em cinco grupos, conforme a droga profilática utilizada: amitriptilina (AMT) (n=13 animais); propranolol (PP) (n=13); topiramato (TPM) (n=13); flunarizina (FL) (n=13) e solução salina isotônica 0,9% (SSI) (n=13). As drogas foram administradas via intraperitoneal nos cinco dias que antecederam o teste do LCE. Conforme tratamento agudo (25 minutos antes do teste) cada um dos grupos foi subdividido em dois subgrupos: grupo sumatriptana (SUMA) e grupo solução salina isotônica (SSI). Os parametros avaliados no LCE foram: latência para o início dos movimentos; entradas no braço aberto; entradas no braço fechado; tempo de permanência no braço aberto; tempo de permanência no braço fechado e tempo no campo central. As estatísticas descritivas dos resultados foram expressas por meio da média, mediana e desvio padrão. Foram utilizados os testes não paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Observou-se que os animais do grupo SSI/SUMA, quando comparados aos do grupo SSI/SSI, pemaneceram por mais tempo nos braços abertos (p=0,046) e por menos tempo nos braços fechados (0,01), o que leva à conclusão de que o sumatriptano isolado apresentou efeito ansiolítico. Em acréscimo, os animais do grupo FL/SUMA, comparados aos do grupo FL/SSI, apresentaram maior número de entradas nos braços abertos (p=0,022) e maior tempo de permanência nos braços abertos (p=0,007), sugerindo também efeito ansiolítico. Não houve diferença entre os subgrupos de animais que receberam sumatriptana. Conjuntamente, esses dados levam à interpretação de que a flunarizina potencializa o efeito ansiolítico da sumatriptana nesse teste. Estudos futuros são necessários para a confirmação desses resultados, assim como para a verificação de uma possível ação da sumatriptana em vias de neurotransmissores não serotoninérgicas.