LEUCEMIA NA INFÂNCIA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA PÓS-TRATAMENTO NO PERÍODO DE 2000-2006
Aluno de Iniciação Científica: ANA FLÁVIASARACENI (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: MARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
Colaborador: RODRIGO DE AZEVEDO
Departamento: Pediatria
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: leucemia , infância , qualidade de vida
Área de Conhecimento: 40101045 - CANCEROLOGIA
Propósito: O objetivo deste trabalho foi descrever aspectos de saúde física, emocional e social de indivíduos submetidos a tratamento para leucemia na infância, com enfoque para possíveis sequelas. Justifica-se pela escassez de estudos nacionais com enfoque na qualidade de vida dessa população. Métodos: Após três anos de término do tratamento de crianças com neoplasia, profissionais do ambulatório de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas, da UFPR, coletaram informações abordando aspectos de reinserção social, escolaridade, vida afetiva e situação clínica. A coleta de dados foi feita de forma prospectiva e a ficha arquivada nos respectivos prontuários. Para análise dessas variáveis, procedeu-se ao levantamento de dados de 52 prontuários de pacientes diagnosticados com leucemia no período de 2000 a 2006. As informações foram repassadas para o programa Excel, para análise estatística descritiva. Resultados: A idade dos pacientes ao diagnóstico variou de 6 a 154 meses. Por ocasião da análise dos dados, a idade média foi de 191,15 variando de 100 a 271 meses. Quatro por cento apresentaram histórico de crises convulsivas, estando 2 em tratamento; 1,92% apresentaram déficits auditivos. Em um paciente foi diagnosticada hipoplasia renal e em 10 atopia; dislipidemia, encefalopatia pós-tratamento e puberdade precoce foram detectadas em um paciente cada uma. Não foram observadas alterações clínicas de funcionamento da tireoide. Três pacientes referiram atividade sexual sendo que um relatou dificuldade. Quanto à avaliação do peso para estatura, 12 crianças apresentaram índice de massa corpórea acima do percentil 85 e outras 8 acima do precentil 97. Uma estava abaixo do percentil 15. 22 referiram dificuldade escolar, com pior desempenho em português, matemática e ciências. Dos indivíduos em idade laboral, 6 trabalhavam e apresentavam as seguintes profissões: vendedor de automóveis, metalúrgico, serralheiro, servente de pedreiro, funcionário em fazenda, auxiliar administrativo, garçom, produtor industrial e laboratorista. Uma paciente estava casada aos 15 anos de idade. Teve um filho que não apresentou qualquer tipo de malformação. Entre as formas de lazer referidas, as mais frequentes foram ciclismo e futebol. Três pacientes desenvolveram quadros depressivos. Conclusão: Observa-se que a qualidade de vida dos pacientes tratados no serviço de Oncologia Pediátrica do HC parece ser satisfatória. Os dados não chamam a atenção para desvios da normalidade no aspecto emocional ou escolar, com os pacientes apresentando adequada relação interpessoal.