AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DAS HEPATITES B E C E CORRELAÇÃO COM A COINFECÇÃO HIV CONTIDOS NO HC DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 2
Aluno de Iniciação Científica: Andressa Gervasoni Sagrado (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: Sonia Mara Raboni
Colaborador: Bárbara Perdonsini Lima, João Paulo Franzoni, Nayara Carvalho Polido Beloto.
Departamento: Saúde Comunitária
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave:hepatite virais; variabilidade genética; HIV
Área de Conhecimento: 40100006 - MEDICINA
A infecção pelo vírus HIV-1 é caracterizada pela replicação viral contínua de alta variabilidade genética, que é justificada por 3 fatores: possuírem as mais altas taxas de mutação na natureza, apresentarem tempo de geração curto e serem capazes de constituírem grandes populações virais. Esta distribuição populacional de mutantes é conhecida como "quasispecies" e oferece ao vírus vantagens adaptativas como o rápido escape de pressões representadas pelo sistema imune e drogas, por se tratar de populações virais altamente relacionadas, mas que podem possuir diferentes características antigênicas ou biológicas. Além do HIV-1, os vírus da hepatite B e C são diagnosticados frequentemente em um mesmo paciente, pois compartilham rotas similares de transmissão. A imunodepressão acaba conduzindo à uma evolução da infecção pelos vírus HBV e/ou HCV culminando em um período muito inferior ao habitual para doença hepática além de uma alta frequência de hepatotoxicidade relacionada ao uso dos antiretrovirais. O objetivo do presente trabalho é analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes co-infectados pelos vírus da HCV, HBV e HIV atendidos nos ambulatórios de referência do HC-UFPR assim como o impacto da variabilidade genética do HIV sobre a evolução clínica para a AIDS em pacientes co-infectados. É um estudo prospectivo, onde foram revisados prontuários médicos de pacientes co-infectados e feito o preenchimento de um questionário para coleta de dados demográficos, clínicos e epidemiológicos. Foi preenchido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, coletado dois tubos de 10mL de sangue com anticoagulante ACD e realizado o nested PCR nas amostras para realização da genotipagem viral. Foram analisados 69 prontuários médicos, destes 43 (62,3%)? e 26 (37,7%)?, com idade mediana de 44 anos e 52,2% relata uso de drogas, a maioria (66,7%) de uso EV. De um total de 20 coletas de sangue realizadas, foi possível detectar a amplificação do material genético em 12 delas (60%). As 12 amostras eram positivas para co-infecção HCV/HIV (100%), 1 era positiva pra tripla co-infecção HBV/HCV/HIV (8,3%) e os subtipos do HIV detectados foram 1 subtipo CF1 (8,3%), 2 subtipos C (16,6%), 2 subtipos BF (16,6%) e 7 subtipos B (58,3%). Correlação entre subtipos de HIV e evolução clínica ainda está em andamento e depende da finalização da análise filogenética. Conclusões iniciais mostram a necessidade da implantação de protocolos que visem à investigação sistemática dos pacientes HIV positivos para detecção precoce e devido tratamento dos co-infecções com as hepatites virais.