ESTUDO DESCRITIVO DO NÍVEL DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E DA MANUTENÇÃO DOS PAPÉIS OCUPACIONAIS EM SUJEITOS QUE APRESENTAM SEQUELAS NEUROLÓGICAS 1

Aluno de Iniciação Científica: Diane Priscila Stoffel (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Terapia Ocupacional
Orientador: Renato Nickel
Colaborador: Elaine Janeckzco Navarro
Departamento: Terapia Ocupacional
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Terapia Ocupacional , Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde , Doenças do Sistema Nervoso
Área de Conhecimento: 40000001 - CIÊNCIAS DA SAÚDE

O aumento da sobrevida da população tem implicado no aumento da ocorrência de doenças crônicas e de sequelas provocadas por estas, como observado em determinadas disfunções neurológicas. O acometimento do sujeito por uma deficiência pode afetar sua independência e autonomia, e acarretar na ruptura do desempenho de papéis ocupacionais. Assim, a incapacidade provoca alterações na identidade do sujeito e em sua representação perante a sociedade. Este estudo propôs-se a descrever o nível de independência funcional, o padrão de desempenho e a importância designada aos papéis ocupacionais, além de verificar possíveis relações entre esses aspectos e fatores pessoais relativos a sujeitos com sequelas neurológicas. Realizou-se um estudo transversal descritivo, junto a sujeitos com sequelas neurológicas atendidos no Ambulatório de Espasticidade do HC no ano de 2009. Os dados foram coletados por meio da Medida de Independência Funcional (MIF), da Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais, e da leitura de prontuários. Foram incluídos 46 sujeitos, dos quais 21,73% apresentaram dependência moderada e 78,26% independência completa. Em contraste com essa predominância e com o padrão de alta importância designada aos papéis ocupacionais, observou-se alto índice de ruptura no desempenho destes. Observou-se ainda que mais da metade dos sujeitos em idade produtiva assumem a aposentadoria como ocupação atual. Em correlação com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), nota-se que a condição de saúde e a deficiência podem não ser os fatores determinantes da incapacidade, sendo esta influenciada também por fatores pessoais e ambientais presentes no contexto onde o sujeito está inserido. A CIF traz em si conceitos essenciais na discussão da distinção e do uso dos termos "deficiência" e "incapacidade". Faz-se necessária a realização de pesquisas prospectivas para verificar relações entre as variáveis de acordo com o ciclo de vida e questões temporais, além de estudos teóricos para discussão da CIF sob perspectiva semiótica, discussões sobre formas concretas de empregá-la na prática, e sobre sua influência real na mudança da visão estigmatizada de deficiência e incapacidade.

 

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