GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO CONTEXTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Aluno de Iniciação Científica: Lis Marie Veiga (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Civil
Orientador: Miriam Rita Moro Mine
Departamento: Hidráulica e Saneamento
Setor: Tecnologia
Palavras-chave: Hidroeletricidade , Mudanças Climáticas , Bacia do Prata
Área de Conhecimento: 30104009 - ENGENHARIA HIDRÁULICA

A participação hidrelétrica nos países da bacia do rio da Prata na América do Sul é bem expressiva e alta a nível mundial. Propõe-se analisar no contexto das mudanças climáticas, a geração de energia elétrica nessa bacia. Para isso o modelo de simulação do sistema com o Método da Energia Natural foi aplicado convertendo a série de vazões em séries de energia natural para todo o sistema, e embora haja limitações no caso de existência de diversidade hidrológica – caso do Sul e Sudeste brasileiro – há alguns ajustes que permitem contornar isso. Do método de simulação de Monte Carlo é possível fazer a avaliação da energia garantida (demanda que poderá ser atendida sem falhas ao longo do horizonte de planejamento) usando séries de vazões sintéticas representando cenários futuros de mudanças climáticas globais. Até 1980, utilizava-se o método determinístico ou histórico, que contava com avaliação da capacidade máxima contínua; contudo críticas a esse método levou a avaliação através de termos probabilísticos e processos estocásticos. Para o caso brasileiro, no que tange a ocorrência das mudanças climáticas, em que temos um período de regularização plurianual, fez-se a geração de séries sintéticas a partir da adoção de um tipo de processo estocástico não estacionário. Essa geração foi obtida através de modelos de circulação geral (GCM) associados a um modelo downscaling que produziram séries não estacionárias de temperatura e precipitação para os cenários climáticos futuros, e transformou em vazões mensais por modelos hidrológicos chuva-vazão. Para aplicação da simulação do sistema é necessário que as vazões mensais sejam estacionárias e, portanto removeu-se a tendência não estacionária, aplicando um modelo autorregressivo ou para casos mais complexos modelos de desagregação. A transformação chuva-vazão é feita a partir de dados de entrada – precipitação e evapotranspiração – fornecidos por cenários de chuva e temperatura dos modelos regionais de circulação atmosférica (RCM) e com base nos modelos de redes neurais artificiais (RNA) faz-se a obtenção de cenários de vazões mensais que são entradas para os modelos de avaliação do impacto das mudanças climáticas na geração hidroelétrica. O modelo RNA é um modelo matemático baseado em estímulos e respostas, e para que esse modelo seja capaz de representar um fenômeno físico, ele deve passar por um treinamento que no caso modelagem chuva-vazão é ajustar uma função adequada aos dados amostrais.  Esse modelo foi treinado e validado em nove estações-chave do subsistema elétrico interligado Sul-Sudeste do Brasil.

 

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