ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ANCORAGENS INJETADAS A PARTIR DE ENSAIOS EM MODELOS FÍSICOS REDUZIDOS
Aluno de Iniciação Científica: Aline Cristina da Silva Tavares (Pesquisa voluntária)
Curso: Engenharia Ambiental
Orientador: Eduardo Dell'avanzi
Departamento: Construção Civil
Setor: Tecnologia
Palavras-chave: ancoragem , bulbos , solo grampeado
Área de Conhecimento: 30103002 - GEOTÉCNICA
Áreas de ocupação irregulares fazem parte do cenário urbano de diversas cidades brasileiras. O crescimento demográfico acelerado, a falta de planejamento urbano e de investimentos em condições básicas de saneamento, agravam ainda mais este cenário e, como conseqüência, acidentes com deslizamentos de encostas ocupadas irregularmente são cada vez mais freqüentes. Diversas técnicas de estabilização de encostas envolvem soluções com uso de ancoragens no terreno. Dentre elas, a técnica de solo grampeado é uma alternativa que apresenta diversas vantagens sobre outras técnicas, tais como o baixo custo de instalação, a rapidez na execução do projeto e a maior facilidade de construção em áreas de difícil acesso. Observa-se no mercado que a técnica de solo grampeado tem sido aplicada com o uso de grampos injetados com tubos manchetes. A utilização de tubos manchete induz a formação de bulbos de argamassa no interior da massa de solo, contribuindo para um aumento substancial da capacidade de carga ao arrancamento do mesmo. Observa-se, contudo, uma ausência de uma metodologia para dimensionamento dos bulbos, tais como a definição da distância ótima entre bulbos e a relação entre diâmetro do bulbo e capacidade de carga última da ancoragem. O objetivo deste trabalho é estudar o efeito da presença de bulbos ao longo de uma ancoragem visando o desenvolvimento de uma metodologia racional de dimensionamento dos bulbos de ancoragem tais como a otimização da distância entre ancoragens e respectiva carga máxima. O estudo foi realizado em laboratório com a construção de modelos reduzidos de ancoragens e respectivos bulbos. As ancoragens foram construídas com varetas de PVC, bolas de isopor de 10mm de diâmetro (para simular os bulbos de ancoragem), cola e areia. Foram confeccionados cinco arranjos de ancoragem com diferentes distâncias entre bulbos. Cada arranjo foi testado através de um ensaio de arrancamento vertical. O equipamento de ensaio foi constituído por um cilindro de acrílico vertical preenchido com areia em uma determinada densidade relativa e um sistema de aplicação de carga constituído por um sistema de roldana e um recipiente para carregamento com água. Os deslocamentos da ancoragem durante o ensaio foram medidos com a utilização de relógios comparadores. Os resultados indicam que a capacidade de carga da ancoragem é dependente da distância entre bulbos, igual a aproximadamente 2,5 vezes o diâmetro do bulbo da ancoragem.