AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DAS HEPATITES B E C E CO-INFECÇÃO COM HIV 1
Aluno de Iniciação Científica: Bárbara Perdonsini Lima (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Medicina
Orientador: Sonia Mara Raboni
Colaborador: Andressa Gervasoni Sagrado, João Paulo Franzoni, Nayara Carvalho Polido Beloto
Departamento: Não definido
Setor: Não definido
Palavras-chave: hepatite viral; HIV; hepatotoxicidade
Área de Conhecimento: 21201013 - VIROLOGIA
Os vírus da Hepatite B, C e o HIV compartilham rotas similares de transmissão e por este motivo é comum encontrarmos indivíduos co-infectados. A co-infecção, por sua vez, pode acarretar numa evolução mais rápida da doença hepática, diminuir o tempo para o aparecimento da aids e também ter uma alta frequência de hepatotoxicidade relacionada ao uso da terapia antirretroviral. Dados do Estado do Paraná reportam um total aproximado de 25.000 pacientes portadores de HIV/AIDS notificados, com taxa de prevalência no estado de 0.6%. Com relação às hepatites virais, segundo dados do SINAN, nos últimos 5 anos foram notificados 14.898 casos de hepatites, sendo 48,4% pelo vírus B, 19,4% pelo vírus A, 28,1% pelo vírus C e 0,8% co-infecção pelos vírus B e C. Não há relatos recentes sobre a prevalência da co-infecção HIV/HCV e HIV/HBV na região de Curitiba e nem sobre o impacto desta na evolução do HIV. Esta pesquisa teve como um de seus principais objetivos analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes co-infectados pelos vírus HCV, HBV e HIV atendidos nos ambulatórios de referência do HC-UFPR, além de avaliar a frequência de progressão para doença hepática crônica e para aids. Para isso conduziu-se um estudo prospectivo, no qual foram revisados prontuários médicos de pacientes co-infectados HIV, HCV e/ou HBV, atendidos nos ambulatórios de referência do HC-UFPR. As variantes clínicas e epidemiológicas retiradas dessa seleção foram analisadas por meio de estatística descritiva. Até o momento foram analisados 69 prontuários médicos, destes 43 (62,3%)? e 26 (37,7%)?, com idade mediana de 44 anos. Com relação ao comportamento de risco, 52,2% relata uso de drogas, sendo a maioria (66,7%) de uso EV. Dentre os pacientes que relataram sua preferência sexual, 60,9% referiram ser heterossexuais, 47,9% tinham 1 a 2 parceiros/ano e 13% mais de 5 parceiros/ano. 65,2% do pacientes avaliados são brancos, 68,1% procedentes de Curitiba e Região Metropolitana e 36,2% com escolaridade abaixo de 7 anos. A análise estatística completa permanece em andamento. Conclusões preliminares evidenciam características importantes com relação ao perfil epidemiológico dos pacientes co-infectados, entre elas a prevalência do uso de drogas injetáveis, a heterossexualidade e o baixo grau de escolaridade. Mostra-se ainda necessária uma investigação sistemática que permita a detecção precoce da co-infecção, possibilitando nestes casos a instituição de terapia específica e consequentemente um melhor prognóstico.