DETECÇÃO DO ROTAVÍRUS GRUPO A EM AMOSTRAS FECAIS DE BEZERROS POR ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA

Aluno de Iniciação Científica: Douglas Ari Burin (IC-Voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Palotina
Orientador: Elisabete Takiuchi
Colaborador: Jessica Cristhine Gallego, Andressa Fernanda Kunz, Patrícia Grolli
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: rotavírus , bovino , eletroforese
Área de Conhecimento: 21201013 - VIROLOGIA

O rotavirus (RV) é reconhecido como o principal agente viral na etiologia das diarreias neonatais dos bezerros.  Os rotavírus são classificados em sete grupos distintos, designados pelas letras A a G. Em bezerros o RV grupo A (RV gpA) é o mais frequentemente detectado em quadros clínicos de diarreia no período entre o nascimento e o desmame, ocasionando perdas econômicas consideráveis na bovinocultura. No Brasil, os estudos que abordam as características epidemiológicas da infecção por rotavírus em bezerros de rebanhos leiteiros concentram-se principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Paraná. Entretanto, até o momento, são inexistentes os estudos que avaliem a frequência de ocorrência em rebanhos leiteiros especificamente no Noroeste do Paraná. O genoma viral é constituído de 11 segmentos de RNA de cadeia dupla (RNAfd) de pesos moleculares distintos. A alta concentração de partículas virais excretadas nas fezes no período agudo da doença possibilita o uso da técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA) para fim de diagnóstico e classificação viral de acordo com a análise de migração dos segmentos genômicos. O presente trabalho teve como objetivo detectar, por meio da técnica de EGPA, o RV gp A em rebanhos bovinos leiteiros. Foram avaliadas 83 amostras de fezes de bezerros, das quais 20 de consistência líquida e 63 variando de pastosa à normal. A faixa etária dos animais testados era de 10 e 120 dias, provenientes de propriedades leiteiras dos municípios de Cascavel, Marechal Candido Rondon, Mundo Novo, Palotina, Toledo e Maripá. Inicialmente foram preparadas suspensões fecais 10% (p/v) em tampão TRIS-Cálcio (pH 7,2). Alíquotas do sobrenadante das suspensões foram submetidas à extração do ácido nucléico pela associação das técnicas fenol clorofórmio-álcool isoamílico associada a  sílica-isotiocianato de guanidina e em seguida submetidas à EGPA a 7,5% e corado por nitrato de prata. Em cinco das 83 amostras testadas, foi possível a identificação do RV gp A. Destas positivas na EGPA, a faixa etária predominante foi de 30 a 60 dias de idade, caracterizadas por fezes liquidas com tonalidade branco-amarelada. Ainda foram identificadas quatro amostras com um perfil de migração atípico para o RVgpA, sendo necessário estudos moleculares futuros. Visto a importância da região Noroeste do Paraná na cadeia produtiva do leite no Brasil e a participação do RV nos quadros de diarreia neonatal, reforça-se a necessidade de estudos epidemiológicos futuros e avaliação de métodos de controle e profilaxia desta virose. 

 

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