Aluno de Iniciação Científica: Suélen Pujarra (IC-Voluntária)
Curso: Tecnologia em Biotecnologia - Palotina
Orientador: Roberta Paulert
Colaborador: Angélica Luana Kehl da Silva, Fernando Garrido de Oliveira, Monica Grezzi Lima
Departamento: Campus Palotina
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: macroalga , ulvana , quitosana
Área de Conhecimento: 21200009 - MICROBIOLOGIA
Compostos presentes em organismos marinhos podem desempenhar importantes funções biológicas como, por exemplo, atividade antimicrobiana direta, antiinflamatória, antitumoral, antioxidante e indução de resistência em plantas. Na busca de novas moléculas com propriedades antibacteriana e antifúngica, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial inibitório dos dois polissacarídeos marinhos ulvana e quitosana frente a bactérias e fungos. A ulvana é um polissacarídeo sulfatado extraído de espécies da macroalga verde Ulva e composto por unidades de ramnose, ácidos urônicos, xilose e glicose. A quitosana é obtida por desacetilação da quitina de carapaça de crustáceos e é formada por unidades de glicosamina e N-acetil-glicosamina. Este trabalho se justifica pela abundância de Ulva fasciata no litoral brasileiro, a grande disponibilidade de resíduos de carapaça de camarão como subprodutos de indústrias e também pela potencialidade destes dois polímeros, tanto na medicina quanto para uso na agricultura. Em todos os ensaios biológicos foram utilizados os polímeros nas concentrações de 0,05; 0,5 e 1%. Os experimentos foram realizados em duplicata. A atividade antibacteriana dos polissacarídeos foi determinada pelo método de difusão em ágar frente a bactérias Escherichia coli ATCC 8739, Bacillus cereus ATCC 11778, Staphylococcus aureus ATCC 22664 e Staphylococcus saprophyticus. Além disto, o efeito de cada concentração da ulvana e da quitosana foi avaliado no teste de inibição de crescimento micelial em meio ágar batata frente ao fungo fitopatogênico isolado de pepino (Fusarium sp.). Os resultados obtidos demonstraram que os polímeros nas concentrações testadas não apresentaram atividade antibacteriana e, portanto, nenhum halo de inibição foi verificado nas placas. Por outro lado, o fitopatógeno Fusarium sp. teve seu crescimento micelial inibido pela quitosana após 15 dias de incubação. As placas controle apresentaram o diâmetro médio de 6,9 cm enquanto que as placas contendo 0,05; 0,5 e 1% de quitosana tiveram crescimento entre 2,5 e 3,7 cm, diferindo estatisticamente do controle pelo teste de Scott-Knott. Por outro lado, a ulvana não apresentou atividade antifúngica nas três concentrações testadas. Experimentos futuros deverão ser realizados para verificar então a capacidade da ulvana de induzir resistência em plantas. De acordo com os resultados obtidos, a quitosana poderá ser utilizada na agricultura no controle de fitopatógenos por apresentar atividade antifúngica e ser um subproduto encontrado em grande disponibilidade no Brasil.