MIFEPRISTONA NEONATAL EM RATOS COMO MODELO DE MANIA

Aluno de Iniciação Científica: Renata Mercer Zaia (CNPq-Balcão)
Curso: Farmácia
Orientador: Roberto Andreatini
Co-Orientador: Prof. Paulo Roberto Dalsenter
Colaborador: Leone Bárbara Deola Gonçalves da Silva
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: mifepristona , neonatal , modelo de mania
Área de Conhecimento: 21003009 - NEUROPSICOFARMACOLOGIA

O Transtorno de Humor Bipolar (THB) é uma condição psiquiátrica que está presente em 1 a 3% da população mundial. O THB é caracterizado por recorrentes mudanças de humor incluindo mania, depressão, e episódios mistos e, afeta principalmente pessoas em idade produtiva. O episódio maníaco é caracterizado principalmente por sintomas de euforia, irritabilidade e aumento de atividade e pelo menos 5% da população mundial já apresentou mania ou hipomania. Atualmente, existem poucos modelos animais propostos para avaliação de drogas antimaníacas. Os modelos de mania já conhecidos induzem o aumento da atividade locomotora pela administração aguda ou repetida de psicoestimulantes (p.ex. anfetamina), ouabaína ou através da privação de sono (situação de estresse). A mifepristona é um potente antagonista de receptores glicocorticoide (GRs) e de progesterona. Estudo prévio sugere que administração neonatal de mifepristona acarreta aumento da atividade motora na vida adulta. Portanto, esse trabalho teve como objetivo investigar se a mifepristona neonatal seria um possível modelo animal de mania. Ratos (variedade Wistar) foram expostos à mifepristona subcutânea (20µg, 100µg e 200µg) em dose única nas primeiras 24h de vida. Em fase adulta, foram submetidos a duas fases de testes de preferência a sacarose e de campo aberto, sendo que na segunda os testes foram realizados após stress agudo. Os resultados foram analisados pelo Teste de Kruskal – Wallis seguido de Teste de Dunn. Foi observada uma diminuição significativa da locomoção em todos os grupos na segunda etapa de testes em relação à primeira, como esperado. Ocorreu ainda uma diminuição significativa de 18% na locomoção e 18% no tempo de permanência na periferia do campo aberto no grupo exposto à menor dose de mifepristona durante a primeira fase dos testes. Estudos mostram que altos níveis de cortisol são encontrados em transtornos de humor graves, como transtorno bipolar, bem como em ratos com comportamento depressivo. A mifepristona bloqueia os GRs, diminuindo o seu efeito através destes receptores. Entretanto, em uma subdose, poderia ter ocorrido bloqueio parcial, com o cortisol conseguindo exercer sua função no período neonatal. Conclui-se que os animais tratados com 20 µg de mifepristona possuem hipolocomoção quando comparados com o grupo controle. A partir desses resultados iniciais, aparentemente a mifepristona neonatal não parece ser potencialmente um modelo de mania.

 

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