O PAPEL DOS NÚCLEOS DA BASE NA APRENDIZAGEM

Aluno de Iniciação Científica: Leonardo de Castro e Souza (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Cláudio da Cunha
Co-Orientador: Suelen Lúcio Boschen
Colaborador: Etiéli Wendler
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: dopamina , núcleos da base , aprendizado
Área de Conhecimento: 21003009 - NEUROPSICOFARMACOLOGIA

A função da dopamina já foi muito bem estudada quando se trata de ações motivadas pela recompensa, entretanto seu papel no aprendizado de como evitar eventos aversivos ainda não foi muito bem elucidado. O objetivo geral desse trabalho é investigar o papel de receptores dopaminérgicos D2 no núcleo accumbens (NAc) e no estriado dorsolateral (DLS) de ratos no aprendizado e performance das respostas condicionadas de esquiva (CAR, do inglês conditioned avoidance response). Como hipóteses temos que, ao passo que os receptores D2 do NAc possuem um papel no aprendizado de CAR quando esse ocorre rapidamente os receptores D2 do DLS atuariam nesse aprendizado quando ele ocorre lentamente. Ratos Wistar machos adultos receberam administrações sistêmicas, intra-NAc ou intra-DLS (pré ou pós-treino) do agonista de receptores D2 (quimpirole) ou do antagonista ((-)sulpiride) e foram submetidos a duas sessões da esquiva ativa de duas vias. Os principais efeitos observados foram: (i) sulpiride e quimpirole nas doses pré-sinápticas (mais baixas) reduziram o número de CAR e aumentaram o número de falhas de fuga; (ii) doses pós-sinápticas de quimpirole aumentaram o número de cruzamentos inter-tentativas e de falhas de fuga; (iii) a administração pré-treino de sulpiride reduziu o número de CAR nas sessões de treino e teste na infusão intra-NAc, efeito que foi observado somente na sessão de teste para infusão intra-DLS; (iv) a administração pós-treino de sulpiride reduziu o número de CAR na sessão teste quando infundido no NAc, mas não no DLS. Os resultados mostram que a ativação de receptores D2 no NAc é crítica para a adaptação rápida da resposta ao estímulo aversivo condicionado e incondicionado enquanto a ativação desses receptores no DLS é necessária para o aprendizado lento de como responder a esses mesmos estímulos baseado em experiências prévias.

 

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