INTERFERÊNCIA DO RECEPTORGABA-B SOBRE O EFEITO EXCITATÓRIO DO ETANOL NA EXPRESSÃO DA SENSIBILIZAÇÃO

Aluno de Iniciação Científica: Camila Gadens Zamboni (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: Roseli Boerngen de Lacerda
Colaborador: Alessandra Medeiros Rodrigues Soares, Camila Marquette Wille
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Etanol , Sensibilização , Receptor GABA-B
Área de Conhecimento: 21003009 - NEUROPSICOFARMACOLOGIA

Existem evidências de que o baclofeno, um agonista GABA-B, é capaz de impedir o desenvolvimento de sensibilização induzida pelo etanol em camundongos e de impedir a expressão do efeito ansiolítico do etanol em ratos. Porém, a interferência desse receptor nos efeitos do etanol e nas suas propriedades reforçadoras ainda não está bem esclarecida. Nesse sentido, esse estudo objetivou avaliar a participação do receptor GABA-B na expressão da sensibilização desenvolvida para o efeito estimulante do etanol. Foram utilizados 80camundongos Swiss machos (±10 por grupo) com 45 dias ao início do experimento e peso de 20 a 30 gramas. Os animais tiveram seus comportamentos basais avaliados  na caixa de movimentação espontânea (CME). Sete dias após, os animais foram distribuídos aleatoriamente para tratamento intraperitoneal diário com salina (S) ou etanol (E; 2g/kg) durante 28 dias. No 28o dia, os animais foram novamente submetidos ao teste comportamental para avaliação de desenvolvimento de sensibilização. Após esse tratamento, os animais tiveram suas injeções suspensas durante seis dias e no 7º dia foram submetidos ao teste comportamental após administração aguda de salina, etanol (2 g/kg), etanol + baclofeno 1,25 mg/kg (E+B1) ou baclofeno 2,5 mg/kg (E+B2), constituindo os seguintes grupos: SS, SE, SB1+E, SB2+E, EE, ES, EB1+E, EB2+E, com o objetivo de avaliar o efeito da administração do baclofeno sobre a expressão dos efeitos estimulante do etanol. Os dados estão apresentados pela média e erro padrão e foram analisados por ANOVA seguida do teste de Duncan. No desafio de expressão, o etanol 2g/kg estimulou tanto os animais previamente tratados com etanol crônico como os com salina quando comparados aos tratados com etanol e desafiados com salina (Ambulação CME: SE=109±19,3; EE=117±10,9; ES=65±9,6). Quando o baclofeno foi administrado juntamente com o etanol no desafio, o efeito estimulante do etanol foi antagonizado numa relação dose-efeito, prevalecendo o efeito depressor do baclofeno (SB1+E=81±17,2; EB1+E=79±12,3; SB2+E=30±9,7; EB2+E=56±12,7).Os dados sugerem que o baclofeno impede a expressão do efeito estimulante do etanol. Como o efeito estimulante é sugerido como propriedade reforçadora positiva contribuindo para o desenvolvimento de dependência, pode-se inferir que o baclofeno possa ser útil no tratamento da dependência ao álcool.

 

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