INTERFERÊNCIA DO RECEPTOR GABA-B NA REVERSÃO DOS EFEITOS ANSIOLÍTICO E ESTIMULANTE DO ETANOL EM CAMUNDONGOS

Aluno de Iniciação Científica: ALESSANDRA MEDEIROS RODRIGUES SOARES (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Medicina
Orientador: Roseli Boergen de Lacerda
Colaborador: João Felipe Galbiatti Muncinelli, Juliane Rompkoski, Gislaine Naomi Shimizu
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Etanol , Sensibilização , Adição
Área de Conhecimento: 21003009 - NEUROPSICOFARMACOLOGIA

O efeito ansiolítico do etanol é importante na dependência pela sua propriedade reforçadora negativa, enquanto o efeito estimulante é importante pela sua propriedade reforçadora positiva. Existem evidencias de que o baclofeno, um agonista GABA-B, é capaz de impedir o desenvolvimento de sensibilização induzida pelo etanol em camundongos e de impedir a expressão do efeito ansiolítico do etanol em ratos. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar esta influência do baclofeno na reversão dos efeitos estimulante e ansiolítico do etanol. Foram utilizados camundongos ingênuos machos (n=79), pesando 20-30g; com 45 dias ao início do experimento, tratados i.p. durante 28 dias com salina (S, n=37) ou etanol (E, 2g/kg, n=39). Esses animais foram expostos, após 10 minutos das suas injeções, ao labirinto em cruz elevado (LCE), ao campo aberto (CA) e à caixa de movimentação espontânea (CME) nas situações basal (sem droga) e após o tratamento crônico (28º dia). Então, os tratamentos foram suspensos durante 3 dias e no 4º dia os animais foram subdivididos para receber salina, etanol (2 g/kg) ou baclofeno (2 doses: 1,25 ou 2,5 mg/kg), durante 7 dias, constituindo os seguintes grupos: SS (n=10), SB1(n=10), SB2(n=8), EE (n=10), ES (n=10), EB1 (n=8), EB2 (n=11). No 8o dia todos os animais foram desafiados com etanol (2g/kg) e, 10 minutos após, expostos aos testes LCE, CA e CME. Os dados dos resultados obtidos  estão apresentados em média e erro padrão e foram analisados por teste "t" de Student (teste do 28º dia) e por ANOVA (teste de reversão). Primeiramente, observou-se no teste do 28º dia que os animais tratados cronicamente com etanol desenvolveram sensibilização para o efeito estimulante na CME (S= 83±7,2; E= 185±7,9, t=8,30, p<0,001) e no CA (S= 66±5,4; E=217±17,9, t=8,62, p<0,001) e apresentaram efeito ansiolítico no LCE (S=24±2,2; E=52±2,9, t=7,25, p<0,001). O tratamento durante 7 dias com baclofeno não modificou nem o efeito estimulante na CME (SS=136±12,7; EE=135±14,5; ES=135±17,1; SB1=168±24,5; EB1=154±16,2; SB2=98±8,2; EB2=136±17,2) e no CA (SS=163±14,4; EE=175±15,7; ES=183±35,1; SB1=228±35,9; EB1=166±20,4; SB2=155±19,6; EB2=176±19,9) nem o ansiolítico no LCE (SS=47±3,2; EE=54±4,8; ES=39±6,8; SB1=45±5,4; EB1=51±6,8; SB2=45±7,0; EB2=42±6,7). Portanto, os dados sugerem que o a ativação do receptor GABA-B não reverte os efeitos estimulante e ansiolítico do etanol, pelo menos durante esse período de tratamento.

 

0402