AVALIAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO INTRANASAL DE GLUCONATO DE ZINCO NO BLOQUEIO DO OLFATO EM CAMUNDONGOS

Aluno de Iniciação Científica: Valquíria Daniele Casanova Antunes (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Farmácia
Orientador: Roberto Andreatini
Colaborador: Lea Rosa Chioca
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: sistema olfatório , anosmia , teste de discriminação olfatória
Área de Conhecimento: 21001006 - FARMACOLOGIA GERAL

A inalação do óleo essencial de lavanda e laranja tem apresentado efeito ansiolítico em estudos clínicos e pré-clínicos, porém pouco se sabe sobre seu mecanismo farmacológico. O uso desses óleos ocorre principalmente por via inalatória e a absorção dos componentes voláteis pode acontecer de duas formas: pela mucosa nasal e pulmonar ou pelo sistema olfatório. No caso, a ação pelo sistema olfatório poderia resultar da ativação de estruturas do sistema límbico relacionadas à ansiedade. Para verificar a participação do sistema olfatório no efeito ansiolítico dos óleos essenciais de lavanda e laranja é necessário validar um método para causar e avaliar o bloqueio do olfato. Estudos relataram que administração intranasal de Gluconato de Zinco (GZ) causa ruptura na ligação entre o epitélio e o bulbo olfatório levando ao bloqueio do olfato, condição conhecida como anosmia, em humanos e animais. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da administração intranasal do GZ sobre o bloqueio do olfato. Para tanto, camundongos swiss machos adultos foram anestesiados e 30µl de GZ ou salina (controle) foram administrados em cada cavidade nasal. Os testes comportamentais utilizados foram: Discriminação Olfatória (avaliação do bloqueio do olfato) adaptado de Prediger et al. 2010, nos dias 2, 5, 8, 11, 15, 20 e 26 e Campo Aberto (locomoção) 7 dias após a administração intranasal de GZ ou salina. Para comparação entre os grupos no mesmo dia no teste de discriminação olfatória foi utilizado o Teste t de Student (valores representam a média±ep). Os animais tratados intranasalmente com salina apresentaram preferência pelo lado com odor não familiar, conforme observado com os resultados obtidos, por exemplo, no Dia 2: lado familiar (90,57±14,31; n=7) e lado não familiar (209,42±14,31; n=7). Já a administração intranasal de GZ causou bloqueio do olfato ou anosmia nos camundongos, pois esses não conseguiram diferenciar os lados da caixa com odor familiar e não familiar, não apresentando preferência por um dos lados. Tal fato é elucidado com os resultados obtidos, por exemplo, no Dia 2: lado familiar (165,22±13,60; n=9) e lado não familiar (134,77±13,60; n=9). Essa condição de anosmia permaneceu por 26 dias após o tratamento. Não foi observada diferença entre os grupos quanto à locomoção dos animais. O número de cruzamentos do grupo salina foi de 179±53 e do grupo GZ foi de 168±52 (t= 0,59, NS; n=16/grupo). Concluindo, o GZ é capaz de provocar bloqueio do olfato ou anosmia em camundongos e seu efeito é possível de ser avaliado no teste de discriminação olfatória.

 

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