AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DO SOBRENADANTE ETANÓLICO DA EXTRAÇÃO AQUOSA (SEEA) DE FOLHAS DA SPILANTHES OLERACEAE EM MODELOS DE NOCICEPÇÃO EM CAMUNDONGOS

Aluno de Iniciação Científica: Melissa Raboni Alves Rodrigues (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Maria Fernanda de Paula Werner
Co-Orientador: Cristiane Hatsuko Baggio
Colaborador: Luiz Kae Sales Kanazawa, Thiago Louback Machado das Neves, Ellen Cristine Ogata Nomura
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Dor , Produtos naturais , Analgesia
Área de Conhecimento: 21001006 - FARMACOLOGIA GERAL

A Spilanthes oleracea L. (Asteraceae), conhecida popularmente como jambu, é utilizada na medicina popular para afecções de boca e dor de dente, embora não existam estudos científicos que comprovem a eficácia e a segurança desta planta. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito antinociceptivo de diferentes preparações a partir das folhas do jambu e através de fracionamento biomonitorado, investigando extratos e frações mais eficientes: sobrenadante etanólico da extração aquosa (SEEA), fração aquosa (Fa) do SEEA; Fração 4B da Fa e frações da fração 4B. Camundongos Swiss fêmeas (~30 g) receberam pela via intraperitoneal SEEA (1, 10 e 100 mg/kg); FaSEEA (30 e 100 mg/kg); fração 4B (10 e 40 mg/kg) ou fração 4B-butanol (0,54 mg/kg), 30 min antes da administração de 20 ml de formalina (2,5%) no lábio superior direito dos animais, sendo que o tempo em que o animal permaneceu esfregando a região orofacial foi cronometrado e considerado como indicativo de nocicepção (s). Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo CEUA (544). Estudos iniciais revelaram que o SEEA não causou sinais de toxicidade aguda nos animais, apresentando uma DL50 de 500 mg/kg e o teste do campo aberto indicou ausência de prejuízo na atividade locomotora. O SEEA 1, 10 e 100 mg/kg reduziu significativamente as duas fases da nocicepção induzida pela formalina, sendo que o efeito analgésico foi mais pronunciado na fase II, inibindo em 40±7, 32±8 e 76±7%, respectivamente quando comparado ao controle (159,1 s). A FaSEEA (30 e 100 mg/kg) reduziu significantemente a fase II da formalina em 40±11 e 41±10%, respectivamente quando comparado ao controle (153,9 s). Além disso, a Fração 4B (10 e 40 mg/kg) reduziu a  fase II da nocicepção orofacial induzida pela formalina em 52±3 e 65±5%, respectivamente (controle: 182 s). Finalmente, entre todas as frações obtidas da fração 4B, somente a fração 4B-butanol reduziu a fase II da nocicepção induzida pela formalina em 67±6% (controle: 140,8 s). Estes resultados demonstram que o fracionamento biomonitorado de preparações das folhas de jambu, as quais seguramente não contêm alquilamidas como o espilantol, contem outros princípios ativos com atividade antinociceptiva/antiinflamatória. No entanto, mais estudos são importantes para direcionar o isolamento de novos compostos, bem como para avaliar possíveis mecanismos de ação analgésica.

 

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