AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA PIPLARTINA ISOLADA DA FRAÇÃO DICLOROMETANO DE PIPER TUBERCULATUM SOBRE O TRATO GASTROINTESTINAL

Aluno de Iniciação Científica: Letícia Alencar Hamm (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Maria Consuelo Andrade Marques
Co-Orientador: Maria Fernanda de Paula Werner
Colaborador: Ligia Moura Burci, Luisa Mota da Silva, Cristiane Hatsuko Baggio
Departamento: Farmacologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Piper tuberculatum , produtos naturais , trato gastrointestinal
Área de Conhecimento: 21001006 - FARMACOLOGIA GERAL

A Piper tuberculatum é utilizada na medicina popular por apresentar várias propriedades terapêuticas, entre as quais tem sido atribuído um efeito gastropotetor. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da piplartina, alcalóide isolado da fração diclorometano (DCM) dos frutos de Piper tuberculatum sobre o trato gastrointestinal, utilizando técnicas farmacológicas in vivo e ex vivo. Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo CEUA/BIO - UFPR (446). Ratas Wistar (~200g) mantidas em jejum sólido foram tratadas pela via oral (vo) com veículo (água - 0,1 ml/100 g), omeprazol (40 mg/kg) ou piplartina (4,5 mg/kg; equivalente à DE50 da fração DCM), 1h antes da administração de etanol PA para indução de úlcera aguda. Piplartina e omeprazol reduziram a incidência de úlceras gástricas em 81 e 90% (área de lesão do grupo controle 17,9 ± 2,1%) e preveniram a diminuição dos níveis de GSH (controle ulcerado: 286 ± 21, piplartina: 501 ± 21, omeprazol: 613 ± 64 µg de GSH/ g de tecido). Contudo, somente o omeprazol, mas não a piplartina reestabeleceu o conteúdo de muco reduzido no grupo controle ulcerado (1835 ± 71; 1509 ± 116; 1171 ± 93 µg de Alcian Blue/g de tecido, respectivamente). A secreção ácida gástrica foi estudada no modelo de ligadura do piloro, sendo avaliados o conteúdo gástrico secretado durante 4 h em animais tratados com omeprazol (40 mg/kg, vo), veículo (água - 0,1 ml/100 g, intraduodenal (id)) ou piplartina (4,5 ou 15 mg/kg, id). Somente omeprazol e a maior dose de piplartina reduziram o volume e a acidez do conteúdo gástrico em 43 e 45% e 75 e 69%, respectivamente (controle:  9,1 ± 0,5 ml e 0,065 ± 0,004 mEq[H+]/ml). As vias muscarínicas e histaminérgicas não parecem estar envolvidas na redução do volume e da acidez do conteúdo gástrico pela piplartina, contudo, a piplartina reduziu o volume (5,3 ± 0,6 ml) e a acidez total (0,048 ± 0,007 mEq[H+]/ml) estimuladas pelo agonista de receptores CCK-2, pentagastrina (0,4 mg/kg, sc: 10,7 ± 0,8 ml e 0,089 ± 0,004 mEq[H+]/ml). Finalmente, concentrações crescentes de piplartina 1, 3, 10, 30 e 100 µg/ml e omeprazol (345 µg/ml) inibiram a atividade da enzima H+,K+-ATPase isolada do estômago de coelho in vitro em 12, 25, 81, 92, 94 e 97%, respectivamente (CE50 piplartina: 4,7 µg/ml). Este conjunto de resultados sugere que a piplartina, composto isolado da fração DCM parece ser o responsável pela maioria das ações gastroprotetoras da Piper tuberculatum.

 

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