ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DO GENE DA GRELINA COM O DIABETES MELLITUS E BIOMARCADORES DE CONTROLE GLICÊMICO

Aluno de Iniciação Científica: Petra Cristina van den Bogert (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: Geraldo Picheth
Co-Orientador: Izabella Castilhos Ribeiro dos Santos-Weiss
Colaborador: Henrique Ravanhol Frigeri, Samia Talise El Horr de Moraes, Karla Schoen.
Departamento: Patologia Médica
Setor: Ciências da Saúde
Palavras-chave: Diabetes , Grelina , Polimorfismos
Área de Conhecimento: 20804008 - BIOLOGIA MOLECULAR

O Diabetes mellitus é uma patologia que afeta 8 a 10% da população brasileira, não tem cura e esta associado a nefropatia, retinopatia e doença cardiovascular. A grelina é um polipeptídeo de 28 aminoácidos produzido principalmente pelas células do estômago e associado ao processo de sinalização do estímulo de fome. Vários polimorfismos do gene da grelina foram identificados. Estes podem alterar a função da grelina e consequentemente o balanço energético. Estudos sugeriram que polimorfismos localizados na região codificadora do gene da grelina (cromossomo 3q25-26) podem estar envolvidos na etiologia da obesidade e afetar a secreção de insulina mediada pela glucose. Neste trabalho avaliamos o polimorfismo, A51Q (Arg51Gln, rs34911341) do exon 2 onde ocorre uma transição na base 152 (g.346G>A) com a substituição de uma arginina por uma glicina na posição 51 da grelina madura. O projeto tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFPR (CEP/SD 565.102.08.06 e CAAE 0135.0.208.091-08). Foram genotipados por PCR-RFLP, 277 indivíduos classificados como saudáveis (grupo controle, CTRL, n= 111), diabéticos tipo 1 (DM1, n=39) e diabéticos tipo 2 (DM2, n=127). Foi utilizada a enzima de restrição SacI e os fragmentos foram resolvidos em gel de poliacrilamida 8% (29:1) e corados com brometo de etídeo. As frequências genotípicas (%; GG, GA, AA), para os grupos CTRL (97,3/2,7/0,0), DM1 (95,9/4,1/0,0) e DM2 (89,5/9,8/0,7) estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg e não foram significativamente diferentes entre os grupos (P=0,053, teste exato de Fischer). A frequência do alelo raro 51Q (A,[95% Intervalo de confiança]) para os grupos CTRL (1,4% [0-3]) e DM1 (2,0% [0-4]) não foi diferente (P=0,583, Chi-quadrado) bem como entre os grupos DM1 e DM2 (P=0,055). No entanto, os grupos CTRL (1,4%) e DM2 (5,6% [3-8) diferem na frequencia do alelo 51Q (P=0,012, Chi-quadrado). Em síntese, foi identificada uma associação entre o polimorfismo A51Q e o DM2 na população em estudo, em concordância com outro trabalho que avaliou uma população Finlandesa e encontrou o alelo 51Q como marcador de risco para o DM2 e hipertensão. Não foram observadas associações entre os genótipos com as concentrações de glicemia de jejum ou com o perfil lipídico.

 

0384