ANÁLISE DA AÇÃO CITOTÓXICA MEDIADA POR COMPLEXOS DE ARENORUTÊNIO(II) E O LIGANTE HEXAHIDROXITRIFENILENO (HTF)
Aluno de Iniciação Científica: Juliana Muller Bark (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Biomedicina
Orientador: Sheila Maria Brochado Winnischofer
Co-Orientador: Cristiane Regina Zuconelli
Colaborador: Juliana de Carvalho Neme Kenski, Thiago Jacomasso
Departamento: Bioquímica
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: hexahidroxitrifenileno (HTF) , glioma , citotoxicidade
Área de Conhecimento: 20804008 - BIOLOGIA MOLECULAR
Gliomas são tumores cerebrais caracterizados por alta invasividade, agressividade e letalidade. Dados afirmam que, nos Estados Unidos, cerca de 10 mil pessoas morrem por ano devido à ocorrência de gliomas. Os tratamentos atuais são ineficazes e resultam num prognóstico ruim, com sobrevida média do paciente de 15 meses. A cisplatina é uma droga utilizada no tratamento de tumores primários do cérebro, particularmente de gliomas, no entanto é altamente citotóxica e gera muitos efeitos colaterais, além de resistência por parte das células tumorais. Tendo em vista esses aspectos, a descoberta de novas drogas torna-se essencial. Uma das alternativas é o uso de complexos de rutênio. O objetivo desse trabalho foi avaliar a possível atividade antitumoral do complexo hexaoxitrifenileno-tris-c6-arenoclororutenio (II) (RuHTF) e do seu precursor hexahidroxitrifenileno (HTF) em linhagens de glioma humano U87MG e T98G. Inicialmente, medidas de viabilidade celular foram realizadas por coloração com cristal violeta. Realizou-se o tratamento das células de glioma com os referidos compostos em diferentes concentrações (5, 10 e 25mM) durante 48 horas. Observou-se redução da viabilidade quando as células T98G e U87MG foram tratadas com o complexo RuHTF (10µM), atingindo 19% e 16% de redução, respectivamente. Além disso, observou-se redução significativa da viabilidade induzida apenas pelo precursor HTF, atingindo respectivamente, 41% e 50% de redução (na dose de 10µM). Os efeitos do HTF no ciclo celular foram avaliados por citometria de fluxo. Nossos resultados mostram que o tratamento com HTF (10mM, 48h) promove um significativo aumento da porcentagem de células na fase G2/M em ambas as linhagens. Ainda, nas células U87MG o HTF foi capaz de promover um aumento da porcentagem de células com DNA fragmentado, sugerindo que esse composto é também capaz de induzir morte celular. Análises de migração, realizadas através de ensaio de scratch, mostram que o HTF foi capaz de inibir significativamente a migração de ambas as linhagens tumorais. Nossos resultados mostram que o tratamento com o complexo RuHTF e o ligante livre HTF afetam a viabilidade de células de glioma humano T98G e U87MG, e que o precursor HTF sozinho é capaz de induzir parada do ciclo celular na fase G2/M e inibir o processo de migração celular. A ação antiproliferativa do HTF mostra-se promissora e justifica a análise dos mecanismos moleculares mediados por este agente, avaliando-se os níveis de expressão de mRNA de marcadores do ciclo celular (p21, p27) e de genes envolvidos em migração e invasão (MMPs e TIMPs).