EFEITOS DE EUGENIA UNIFLORA L. (MYRTACEAE) NA SEPSE

Aluno de Iniciação Científica: simone maria malquevicz paiva (PIBIC/CNPq)
Curso: Biomedicina
Orientador: Marcello Iacomini
Co-Orientador: Yanna Dantas Rattmann e Lauro Mera de Souza
Colaborador: Nessana Dartora
Departamento: Bioquímica
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Sepse , Eugenia uniflora , Flavonóides
Área de Conhecimento: 20801009 - QUÍMICA DE MACROMOLÉCULAS

Eugenia uniflora, popularmente conhecida como pitanga, cereja caiena ou nangapiri, pertence à família Myrtaceae. É uma planta adaptada a regiões tropicais e subtropicais,  nativa do Brasil entre outros países da América do Sul. A infusão das suas folhas e frutos é muito utilizada na medicina popular para o tratamento da inflamação, febre, hipertensão arterial e hiperglicemia. Neste estudo foram obtidos extratos e frações das folhas da E. uniflora, os quais foram caracterizados quimicamente e testados em camundongos com sepse. As folhas foram coletadas no Campus Politécnico – UFPR, trituradas e submetidas a extrações hidroalcoólicas. Em seguida esse extrato foi particionado em gradiente de polaridade com clorofórmio, acetato de etila, butanol e água (1:1, v/v), dando origem às suas respectivas frações. O extrato hidroalcoólico (EH) e as frações foram analisados por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (UPLC) com detecção por UV-PDA (photo-diode array) e Espectrometria de Massas (MS). A análise por UPLC-PDA do extrato e da fração butanólica (FB) demonstrou dois picos principais, com bandas de absorbância em ? 255/260 (banda B) e ? 350/360 (banda A) típicos de flavonóis. Em análise por UPLC-MS estes dois principais compostos deram origem a íons de m/z 463 e 447 (M-H)-, com fragmentos de m/z 316/317 e 300/301 respectivamente, indicando a presença de miricetina e quercetina ramnosídeos. As atividades biológicas do EH (100, 300 e 500 mg/kg) e da FB (75, 150 e 300 mg/kg) foram determinadas em camundongos submetidos à sepse induzida por ligadura e perfuração do ceco (CLP, cecal ligation and puncture).Após a cirurgia, os animais foram tratados por via oral durante sete dias com veículo (água+ 3% etanol, v/v), com EH ou com a FB, e a letalidade destes grupos foi avaliada a cada 12 horas no decorrer do período de tratamento. Também foi investigada a atividade da mieloperoxidase nos pulmões, a dosagem de TNF-a e IL-1ß no soro e a quantificação de INOS e COX-2 no íleo dos animais tratados ou não com o EH ou FB. O EH na dose de 500 mg/Kg e a FB reduziram a letalidade na sepse e inibiram significativamente a infiltração pulmonar de neutrófilos, avaliada pela atividade da mieloperoxidase. Além disso, a FB inibiu a expressão das proteínas INOS e COX-2 no íleo dos camundongos e diminuiu a ativação das citocinas IL-1ß e TNF-a no soro destes. Estes resultados confirmam o potencial anti-inflamatório desta planta e sugerem que a mesma pode ser usada como adjuvante para o tratamento da sepse.

 

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