INDUÇÃO DE PREJUÍZOS COGNITIVOS PELA PRIVAÇÃO DE SONO PARADOXAL É DEPENDENTE DE DOPAMINA ESTRIATAL NO MODELO DE PARKINSONISMO INDUZIDO POR ROTENONA

Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Damm dos Santos (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina
Orientador: Marcelo de Meira Santos Lima
Co-Orientador: Anete Curte Ferraz
Colaborador: Adriana Targa Dias Santos, Patrícia Andréia Dombrowski, Cláudio da Cunha
Departamento: Fisiologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Dopamina , Sono paradoxal , Rotenona
Área de Conhecimento: 20702019 - NEUROFISIOLOGIA

A doença de Parkinson (DP) decorre da degeneração dos neurônios dopaminérgicos da via nigroestriatal com consequente prejuízo na liberação de dopamina (DA) no estriado. Essas alterações geram prejuízos motores (clássicos) e não motores (ainda pouco compreendidos), dentre eles distúrbios de sono e prejuízos de memória. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi de investigar as alterações cognitivas e neuroquímicas, além dos prejuízos motores, produzidas pela privação de sono paradoxal (PSP) no modelo da DP induzido por rotenona. Utilizaram-se ratos Wistar machos distribuídos nos seguintes grupos: sham controle (n=10), sham PSP (n=10), rotenona controle (n=10) e rotenona PSP (n=10). Os animais passaram por cirurgias estereotáxicas para a infusão intranigral de rotenona ou veículo e no 1º. dia foram testados no campo aberto. No 20ª dia os respectivos grupos passaram por um período de 1 dia de PSP, sendo novamente testados no campo aberto no 21ª dia. Concomitantemente, os grupos foram submetidos a sessões de treino no teste de reconhecimento de objetos, versão localização, (19º dia) e teste (21º dia). Os dados foram analisados por ANOVA de 2 vias seguido de Bonferroni. O grupo sham controle apresentou aumento no tempo de explorações do objeto novo comparado ao familiar (P< 0.05). Porém os grupos sham PSP e rotenona controle exploraram igualmente os objetos, indicando prejuízo cognitivo. Já o grupo rotenona PSP surpreendentemente explorou por mais tempo o objeto novo comparado ao grupo rotenona controle (P< 0.01). O teste do campo aberto indicou que o grupo sham PSP apresentou aumento na distância percorrida em comparação ao grupo sham controle (p< 0,01). Opondo-se a isso, o grupo rotenona controle apresentou redução da distância percorrida em comparação com o grupo sham PSP (p< 0,01). Imediatamente após os testes comportamentais, os animais foram decapitados para a dissecação dos estriados para o estudo neuroquímico das concentrações de DA, ácido homovanílico (HVA) e ácido 3,4-dihidroxifenilacético (DOPAC). Observou-se uma redução de DA no grupo rotenona controle em comparação aos grupos sham controle (p< 0,05) e sham PSP (p< 0,01). Entretanto, o grupo rotenona PSP apresentou aumento (p< 0,05) de DA comparado ao controle rotenona. Em conjunto, esses resultados sugerem que a PSP pôde produzir prejuízo cognitivo, numa tarefa dependente de DA semelhante àquela gerada pela lesão nigral induzida por rotenona, sem a influência de um viés motor.

 

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