PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR TRPA1 NOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA INDUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTADO CRÔNICO DE HIPERALGESIA INFLAMATÓRIA

Aluno de Iniciação Científica: Tahnee Aiçar de Suss (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Medicina
Orientador: Luana Fischer
Colaborador: Vanessa Mazanek Santos, Andressa Perin Martins
Departamento: Fisiologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: TRPA-1 , hiperalgesia , dor inflamatória
Área de Conhecimento: 20701004 - FISIOLOGIA GERAL

O receptor ionotrópico TRPA1 pode ser ativado por diversos mediadores liberados durante a inflamação e, portanto, tem um papel central nos mecanismos nociceptivos inflamatórios.  Dados recentes obtidos em nosso laboratório demonstram que a ativação desse receptor é essencial na manutenção da hiperalgesia inflamatória aguda. No entanto, não se sabe se o TRPA1 também contribui para a indução e/ou manutenção de estados crônicos de hiperalgesia. Experimentos realizados em nosso laboratório demonstram que um estado hiperalgésico persistente pode ser induzido pela administração única do agente inflamatório carragenina 100µg (s.c.) da pata de ratos. Sete dias depois não se observa qualquer resposta hiperalgésica, mas quando uma pequena dose (10ng) de Prostaglandina E2 (PGE2) é administrada no mesmo sítio, uma intensa resposta hiperalgésica é observada, demonstrando que alterações plásticas induzidas pelo evento inflamatório prévio sensibilizaram os nociceptores nessa região. O objetivo desse estudo é investigar a participação do receptor TRPA1 na indução e manutenção desse estado persistente de hiperalgesia. Para isso, verificamos se o bloqueio da função do receptor TRPA1 durante a indução do estado hiperalgésico crônico ou após sua instalação, ou seja, no momento ou sete dias depois da injeção de carragenina, respectivamente, afeta a hiperalgesia persistente induzida nesse modelo. Ratos wistar machos (200-280g) foram utilizados. A hiperalgesia foi avaliada através da medida do limiar nociceptivo mecânico pelo teste de Von Frey eletrônico após 60 e/ou 180 minutos da injeção das drogas. Os dados foram analisados por Anova seguido pelo teste de Tukey (nível de significância p < 0,05) e estão apresentados como média + EPM. A hiperalgesia induzida por uma baixa dose de PGE2 (18,3+1,0 g) foi significativamente aumentada quando precedida pela injeção do agente inflamatório carragenina sete dias antes (30, 0 +0,7 g), confirmando a indução do estado hiperalgésico persistente. A administração de HC 030031 (1200 mg), antagonista seletivo de TRPA1 (20,1+0,9 g) com carragenina, ou o tratamento prévio (4 injeções intratecais diárias de 5 nmol por dia) com antisense contra TRPA1 (12,8+0,2 g) preveniu  a instalação do estado persistente de hiperalgesia. A administração do antagonista de TRPA1 (24,4+0,5 g) com PGE2, ou o tratamento prévio com antisense contra TRPA1 (13,7+0,5 g) inibiu a manutenção do estado persistente de hiperalgesia. Esses dados sugerem que o receptor TRPA1 é essencial para a indução e para a manutenção de estados crônicos de hiperalgesia inflamatória.

 

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