“AVALIAÇÃO DA BIOACUMULAÇÃO E DOS EFEITOS DE NANOPARTÍCULAS DE ZINCO E TITÂNIO E SUA ASSOCIAÇÃO NA RETINA DE PROCHILODUS LINEATUS (CURIMBATÁ)”
Aluno de Iniciação Científica: Izabela Paulini de Jesus (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Sonia Regina Grötzner
Colaborador: Francisco Filipak Neto, Maritana Mela
Departamento: Biologia Celular
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Nanopartículas , Retina , Prochilodus lineatus
Área de Conhecimento: 20601000 - CITOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR
Nas últimas décadas houve um aumento da produção de nanopartículas (NPs) para a fabricação de produtos nanotecnológicos e, consequentemente, uma maior quantia de NPs esta sendo lançada no ambiente. Logo, vários animais, inclusive o homem, estão sendo expostos diretamente a quantidades não naturais de NPs, e já há vários trabalhos científicos mostrando que essa interação pode ser prejudicial. Ambas as NPs estudadas neste trabalho, dióxido de titânio (TiO2) e óxido de zinco (ZnO), são fotorreativas, ou seja, reagem quando expostas à luz, o que pode causar toxicidade na estrutura responsável pela percepção da luz ambiental, o olho. Neste, o tecido que contém os fotorreceptores, a retina, é o principal tecido utilizado para o estudo da visão. Com o objetivo de analisar se NPs atingem a retina de peixes expostos a esses nanomateriais, os seguintes experimentos de exposição sub-crônica e aguda foram realizados: 128 Prochilodus lineatus (Curimbatá) foram acondicionados em 16 aquários de 25 l. Os peixes foram divididos em 8 grupos: controle, NPs de TiO2 nas concentrações 0.1, 1.0 e 10.0 µg/l, NPs de ZnO em 7.0, 70.0 e 700.0 µg/l e uma mistura de ambas as NPs nas concentrações intermediárias. Os peixes foram mantidos em temperatura e fotoperíodo controlados e aeração constante, recebendo alimentação a cada 48h. 50% da água dos aquários foi renovada diariamente e 50% do volume de NPs foi reposto. Foram coletados os olhos de 3 peixes por grupo e fixados em Bouin por 8h. Posteriormente foram desidratados, diafanizados e emblocados em Paraplast Plus®. Lâminas histológicas foram confeccionadas para a técnica da autometalografia (AMG), seguida pela coloração de hematoxilina e eosina. Essa metodologia tem por objetivo localizar as NPs nos tecidos oculares, através da marcação das NPs pelo nitrato de prata. Para microscopia eletrônica de transmissão (MET), amostras de um animal por aquário foram fixadas em Karnovski, pós-fixadas em ósmio, pré-contrastadas com uranila, desidratadas e emblocadas em resina PoliEmbed®. No ultramicrótomo foram feitos cortes de 60-80 nm, os quais foram contrastados com uranila e citrato de chumbo e serão analisados no MET. Resultados preliminares da AMG apontam para depósitos das NPs na retina, nervo óptico, córnea, parede de vasos sanguíneos e tecidos conjuntivos extraoculares, mas de forma pontual e não homogênea nos tecidos. Conhecendo as áreas de depósito das NPs poderemos inferir quais são os possíveis prejuízos visuais dos animais expostos a elas, e dar continuidade as pesquisas sobre os efeitos toxicológicos das NPs nos organismos.