AVALIAÇÃO DA CONSERVAÇÃO BIOLÓGICA DE DIFERENTES TOXINAS DO VENENO DE ARANHA-MARROM (LOXOSCELES SP) NAS TRÊS ESPÉCIES DE MAIOR INCIDÊNCIA NO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Nunes Souza (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia
Orientador: Silvio Sanches Veiga
Co-Orientador: Olga Meiri Chaim
Colaborador: Daniela Regina Buch Um, Andrea Senff Ribeiro dois, Gabriel Otto Meissner Três
Departamento: Biologia Celular
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: toxinas recombinantes , Loxosceles sp. , anticorpos policlonais
Área de Conhecimento: 20601000 - CITOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR
As aranhas do gênero Loxosceles estão frequentemente envolvidas em acidentes com envenenamento em humanos, sendo considerado um problema de saúde pública no estado do Paraná. O veneno de Loxosceles sp. é uma complexa mistura essencialmente proteica, na qual já foram descritas toxinas dos tipos fosfolipases-D, peptídeos inseticidas, metaloproteases, hialuronidases e proteínas pertencentes à família TCTP (Translationally Controlled Tumor Protein). Este trabalho teve como objetivo identificar e relacionar a existência de toxinas conservadas biologicamente presentes nos venenos de três espécies de aranhas-marrons de maior incidência no estado do Paraná: L. intermedia, L. laeta e L. gaucho. Para tanto, ensaios de imunorreatividade cruzada foram realizados utilizando proteínas recombinantes do veneno de L. intermedia e anticorpos policlonais específicos, produzidos em coelho, que reconhecem veneno total de cada uma das espécies. Os imunoensaios empregados foram ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent Assay), para avaliar a presença de epítopos conformacionais conservados; e Western Blotting (W.B.), para avaliar a presença de epítopos lineares conservados. Analisou-se a conservação biológica das toxinas recombinantes LiKp (L. intermedia Knottin Peptide – peptídeo potencialmente inseticida), LALP1 (Loxosceles Astacin-Like Protease) e LiRecTCTP (L. intermedia Recombinant Translationally Controlled Tumor Protein), caracterizadas em veneno de L. intermedia. Nos ensaios de ELISA, observou-se o reconhecimento de LALP pelos soros policlonais anti-veneno total das três espécies; de LiKp pelos soros policlonais anti-veneno total de L. laeta e de L. intermedia; e de LiTCTP pelo soro policlonal anti-veneno total de L. intermedia. Nos ensaios de W.B., houve reconhecimento de LALP1 pelos soros policlonais anti-veneno das três espécies; de LiKp pelos soros policlonais anti-veneno total de L. intermedia ede L. gaucho; e de LiTCTP pelo soro policlonal anti-veneno total de L. intermedia. Estes resultados apontam para a existência de epítopos conformacionais e lineares conservados entre algumas das toxinas loxoscélicas testadas, sugerindo a existência de conservação biológica de toxinas em aranhas do gênero Loxosceles. Essa relação interespécie de toxinas possibilita a aplicação biotecnológica de anticorpos no que se refere à prevenção, diagnóstico e tratamento do loxoscelismo, além da sua utilização como bioferramenta na toxinologia, viabilizando o melhor entendimento sobre o loxoscelismo e a diferença de toxicidade existente entre os venenos das espécies de aranhas-marrons.