AVALIAÇÃO DOS GRUPAMENTOS QUÍMICOS DA HEPARINA QUE SÃO RESPONSÁVEIS EM ESTIMULAR A SÍNTESE DO PROTEOGLICANO DE HEPARAM SULFATO DE CÉLULAS ENDOTELIAIS
Aluno de Iniciação Científica: Aline Raquell Leck (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Edvaldo da Silva Trindade
Colaborador: Carolina Camargo de Oliveira, Gustavo Rodrigues Rossi, Patricia Sampaio Monteiro
Departamento: Biologia Celular
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: heparina , compostos modificados quimicamente , células endoteliais
Área de Conhecimento: 20601000 - CITOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR
A heparina é um polissacarídeo sulfatado aniônico, pertencente à família dos Glicosaminoglicanos (GAG). Possui a maior densidade de cargas negativas que qualquer outra molécula biológica conhecida (uma média de 3,5 cargas por dissacarídeos). É amplamente utilizada em clínica médica desde 1936, devido ao seu potente efeito anticoagulante e antitrombótica. O heparam sulfato é outro GAG, cuja estrutura química é semelhante à molécula de heparina, porém com menor grau de sulfatação. O Proteoglicano contendo Heparam Sulfato (PGHS), presente na superfície das células endoteliais age impedindo a formação de trombo, assim, este PGHS já possui uma característica antitrombótica. No entanto, quando as células endoteliais são expostas “in vitro” à heparina, ocorre um aumento na síntese de PGHS, alterando sua composição, tornando-o mais sulfatado e, assim, aumentado sua atividade antitrombótica. Ainda não são conhecidos os requisitos estruturais da molécula de heparina, que são responsáveis por desencadear tal estímulo, motivando-nos a investigá-los. Desta forma, o presente trabalho objetivou identificar e caracterizar os grupamentos químicos específicos da molécula de heparina candidatos à participação efetiva no estímulo de PGHS. Para tanto, foram obtidos compostos quimicamente modificados, parcialmente dessulfatados ou carboxireduzidos. Em eletroforese em gel de agarose, tampão PDA (1,3-Diaminopropanoacetato) pH 9,0 foi observado pelo menor grau de metacromasia, mostrando que os compostos obtidos estavam realmente modificados quimicamente. Este dado foi acompanhado pela alteração do perfil do espectropolarímetro de dicroísmo circular. Estes compostos foram analisados quanto à capacidade de estímulo da síntese de PGHS em células endoteliais. Na presença de [35S]–sulfato, observa-se que ocorre uma diminuição da quantidade produzida de PGHS, mostrando que tanto os grupamentos sulfato, quanto os carboxílicos são essenciais para tão estímulo. Utilizando microscopia de luz, bem como eletrônica de varredura, verificou-se que não ocorrem mudanças significativas na morfologia das células, quando são expostas para a heparina ou para seus derivados modificados quimicamente. Assim, o próximo passo será avaliar o perfil de ligação destas moléculas sobre os componentes da matriz extracelular, utilizando técnicas de microscopia de fluorescência confocal, tendo em vista que estes sítios são conhecidos pela interação com heparina e fundamentais para o estímulo da síntese de PGHS.