Aluno de Iniciação Científica: Everton Fogaça (PIBIC-AF/FA)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Claudia Feijó Ortolani-Machado
Departamento: Biologia Celular
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Aranha Marrom , Ovário , Sistema Reprodutor Femenino
Área de Conhecimento: 20600003 - MORFOLOGIA

A Loxosceles intermedia é uma espécie venenosa, amplamente distribuída no sul do Brasil. O objetivo do trabalho foi analisar o ovário desta espécie através da microscopia eletrônica de varredura (MEV) e, assim, adicionar dados às características observadas com a microscopia de luz (ML). Aranhas adultas virgens ou vindas do ambiente tiveram seus ovários extraídos logo após, 1 semana e 1 mês depois da cópula. O material foi fixado em paraformaldeído 4%  e processado para MEV. A metodologia de extração do ovário impossibilita a visualização de uma membrana que recobre o par de ovários e que é observada na lupa. Por isto, alguns ovários foram analisados no próprio corpo da fêmea, removendo o hepatopâncreas. Assim, foi confirmado que a membrana é fina, se dispõe diretamente sobre os ovócitos, mantendo-os unidos e sem contato direto com o hepatopâncreas. A ML utilizada em trabalhos anteriores nos forneceu dados sobre a caracterização dos ovócitos em seus diferentes estágios de maturação (I ao VI e atrésicos), porém a MEV possibilitou uma visão tridimensional do órgão, mostrando a real distribuição dos ovócitos somente na porção dorsal do epitélio ovariano. Os ovócitos atrésicos, corados com Hematoxilina/Eosina, mostram uma deformação do envoltório protéico que delimita o ovócito. Agora foi possível constatar que a deformação é representada por estrias e sulcos de tamanhos e características variadas, conforme o grau de atresia. Ovócitos atrésicos em estágio inicial de desestruturação vitelogênica possuem estrias superficiais e sulcos em formação, enquanto os mais tardios têm seu tamanho reduzido e maior número de estrias e profundidade dos sulcos. Outros ovócitos apresentam grandes estrias espaçadas com sulcos profundos que podem ter sido originados pela passagem rápida do vitelo para a luz do ovário, como ocorre na oviposição. A presença de macrófagos na superfície dos ovócitos atrésicos tardios só foi possível de ser constatada pela varredura. Na ML, os ovócitos são classificados de acordo com seu tamanho e presença de grânulos vitelogênicos. A principal desvantagem da análise do ovário na MEV é atribuir o grau de maturação dos ovócitos, uma vez que não é possível visualizar os grânulos de vitelo. Assim, para determinar os diferentes tipos de ovócitos será necessário adotar medidas de diâmetro padrão para cada tipo de ovócito com base na ML e aplicar na MEV. Os resultados obtidos mostram que o método empregado nos experimentos é indispensável para a correta interpretação dos resultados e que cada metodologia fornece informações diferentes e complementares.

0283