ESTUDO DENDROECOLÓGICO DE BLEPHAROCALYX SALICIFOLIUS(KUNTH) O. BERG. EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ARAUCÁRIA-PR

Aluno de Iniciação Científica: Alexandre Braghini (FUNPAR)
Curso: Engenharia Florestal
Orientador: Franklin Galvão
Co-Orientador: Tomaz Longhi Santos
Colaborador: Maria Raquel Kanieski, Bruno Palka Miranda, Carolina Schueda
Departamento: Ciências Florestais
Setor: Ciências Agrárias
Palavras-chave: Crescimento , Dendrocronologia , Ecologia
Área de Conhecimento: 20502001 - ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS

Determinadas espécies arbóreas apresentam anéis anuais de crescimento que são verdadeiros registros das condições ecológicas, com destaque às climáticas. Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg. (Myrtaceae) é uma espécie de ampla ocorrência na América do Sul e ocupa preferencialmente solos semi-hidromórficos e hidromórficos. Apresenta anéis de crescimento distintos e marcados por estreita camada de fibras achatadas radialmente no lenho tardio. Com o objetivo de reunir informações ecológicas da espécie a partir de registros contidos nos anéis de crescimento, de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em Araucária-PR, em Gleissolo háplico, foram abatidos, em 2001, quatro indivíduos e retirados discos em alturas regulares, da base até a inserção da copa. Os discos foram polidos com lixas de diferentes gramaturas (de 60 a 400 graõs.polegada-²) e em cada um deles foram traçados raios ortogonais a fim de minimizar os efeitos de excentricidade da medula. Os anéis de crescimento foram marcados com o auxílio de uma lupa e medidos em uma mesa de mensuração. Com os discos a 1,30 m de altura foram estimadas as idades e estabelecidas séries cronológicas. Além disso, os resultados obtidos foram comparados com dados de incrementos obtidos por cintas dendrométricas instaladas neste mesmo fragmento a partir de 2009, em 12 indivíduos. Essas séries temporais foram sincronizadas no programa COFECHA para correlacionar e controlar os dados. Posteriormente, foram analisados com o programa ARSTAN para remover a tendência biológica de crescimento e assim fazer a correlação com variáveis meteorológicas. A idade estimada de cada amostra variou de 30 a 36 anos. As correlações entre os incrementos dos raios de uma mesma amostra (dentro da árvore) e entre diferentes amostras (entre árvores) foram significativas (p< 0,01). Não houve correlação significativa (p>0,05) com a precipitação local, mas apresentou correlação negativa com os meses de maio (final do crescimento) e novembro (início do crescimento). Positivamente correlacionou-se com as chuvas de verão. O incremento médio anual das árvores variou de 0,23 a 0,46 mm e, quando comparados com dados provenientes do monitoramento com cintas dendrométricas, os valores são semelhantes, indicando que a taxa de incremento mantém as mesmas proporções oito anos depois. Os resultados indicam, preliminarmente, que a espécie não cresce necessariamente com maiores volumes pluviométricos, possivelmente pelo fato de já estar em um ambiente aluvial, com um alto nível de hidromorfia, sendo necessário avaliar outros parâmetros ambientais.

 

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