SAZONALIDADE DA FAUNA INCRUSTANTE EM SUBSTRATO ARTIFICIAL DA BAÍA DE PARANAGUÁ
Aluno de Iniciação Científica: Thais Schaedler (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Rosana Moreira da Rocha
Departamento: Zoologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Bioinvasão , Sazonalidade , Fouling
Área de Conhecimento: 20500009 - ECOLOGIA
Espécies são consideradas exóticas/introduzidas quando ocorrem em uma área fora de seu limite natural conhecido, devido ao transporte por atividades humanas. A espécie torna-se invasora se tiver um aumento explosivo no seu crescimento populacional, podendo causar mudanças drásticas nas comunidades em que se insere e problemas socioeconômicos. Um dos mais importantes vetores de introdução de espécies marinhas é a navegação. O monitoramento contínuo de regiões portuárias para detecção da chegada de novas espécies e predição de quais podem vir a causar danos é essencial. O objetivo deste estudo foi monitorar as espécies incrustantes da região do Iate Clube de Paranaguá, próximo ao Porto de Paranaguá, na Baía de Paranaguá. Foram utilizadas placas de polietileno (12x12 cm) arrumadas em pares. Trimestralmente foram submersos 15 sanduíches, enquanto outros 15 permaneceram submersos por um ano. Foi realizada uma análise qualitativa e uma análise quantitativa. Os dados foram coletados de 08/04/2009 a 27/04/2012. No total foram identificados 59 morfotipos, dos quais 42 foram identificados até espécie. Dentre essas sete são exóticas, 32 criptogênicas e apenas três são nativas. Foi realizado um teste de co-ocorrência (programa ECOSIM) com as espécies identificadas para verificar a influência da competição na comunidade. Analisando tanto os dados de todas as espécies como apenas das espécie nativas e criptogênicas os resultados foram significativos (p< 0,05 e média observada > média esperada), ou seja, a competição foi um fator importante na estruturação da comunidade. Quando separamos as co-ocorrências por estação do ano, também obtemos resultados significativos. Foi analisada a interação apenas entre as espécies introduzidas e, tanto considerando o conjunto de dados quanto separando em estações, os resultados não foram significativos, a priori a competição não exerce forte influência entre elas, porém não podemos dizer que essas espécies facilitem-se já que o teste revelou que elas não co-ocorrem mais do que o acaso. Nossos dados também indicam que não há sazonalidade e que ações voltadas ao controle de espécies exóticas na baia de Paranaguá devem ocorrer ao longo de todo o ano. Somente com um acompanhamento contínuo pode-se avaliar os impactos que as espécies introduzidas possam estar causando. Sugere-se que o trabalho de monitoramento continue e se estenda para outras áreas da Baía.