VERTEBRADOS REGISTRADOS NA FORMAÇÃO RIO DO RASTO (PERMIANO, BACIA DO PARANÁ): CONSIDERAÇÕES BIOESTRATIGRÁFICAS
Aluno de Iniciação Científica: Tiago Casseb Barbosa (PIBIC/CNPq)
Curso: Geologia
Orientador: Cristina Silveira Vega
Departamento: Geologia
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Formação Rio do Rasto , Bioestratigrafia , Permiano
Área de Conhecimento: 20401000 - PALEOZOOLOGIA
Este trabalho visa refinar a bioestratigrafia do limite Permo-Triássico através da descrição e estudo dos fósseis de vertebrados registrados no Permiano. Devido ao fato de ainda não terem sido realizados novos trabalhos de campo para coleta de amostras passíveis de estudo, será apresentada aqui uma compilação dos fósseis de vertebrados descritos até o momento para a Formação Rio do Rasto, bem como uma breve análise bioestratigráfica, com base na literatura. A Formação Rio do Rasto está incluída na porção superior do Grupo Passa Dois, sendo datada do Permiano Superior. Este grupo está incluído na Supersequência Gondwana I da Bacia Sedimentar do Paraná. Dentre os estados brasileiros onde aflora a Formação Rio do Rasto, no Paraná e no Rio Grande do Sul são registrados diversos vertebrados fósseis. A Formação Rio do Rasto é dividida em dois membros, Serrinha e Morro Pelado. O Membro Serrinha, representando a base da formação, é constituída por siltitos esverdeados a arroxeados com intercalação de argilitos, arenitos finos e bancos carbonáticos. Já o Membro Morro Pelado, correspondendo à parte superior da formação, é caracterizado pela presença de argilitos e siltitos vermelhos com intercalação de corpos lenticulares de arenitos finos. Há uma grande variedade de fósseis encontrados na Formação Rio do Rasto, que incluem palinomorfos, plantas, invertebrados, vertebrados e alguns icnofósseis. Em especial no Membro Morro Pelado, destacam-se os vertebrados, como placas dentárias de peixes dipnóicos, dentes de tubarão xenacantídeos e cladodontes, e espécimes de actinopterígios paleonisciformes, dipnoiformes e um tubarão hibodontiforme; anfíbios Temnospondyli de rostro curto rinessucóideos, e de rostro longo, como Australerpeton cosgriffi; dicinodontes Endothiodon e Pylaecephalidea; crânio e dentes de dinocefálios; pareiassaurídeos Provelosaurus americanus; e um anomodonte basal. Esses vertebrados não são encontrados num mesmo horizonte, sendo divididos em três paleofaunas: Aceguá, Posto Queimado e Serra do Cadeado. As idades discutidas para estas três paleofaunas variam, porém há um consenso incipiente de que estas representam o Permiano Superior e de que as paleofaunas de Aceguá e Posto Queimado se correlacionam. Esse estudo é de grande importância, pois proporciona um melhor refinamento bioestratigráfico, permitindo a correlação entre estas paleofaunas presentes no sul da Bacia do Paraná. Também auxilia na correlação entre esta paleofauna com aquelas existentes na Bacia do Karoo, na África, e também no leste europeu, corroborando assim a existência do Pangea.