COMPARAÇÃO NA ESTRUTURA DAS COMUNIDADES DE MORCEGOS (MAMMALIA: CHIRÓPTERA) EXISTENTES EM DUAS LOCALIDADES DIFERENTES DO ESTADO DO PARANÁ

Aluno de Iniciação Científica: Jennifer de Sousa Barros Pereira (PIBIC-AF/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Fernando de Camargo Passos
Departamento: Zoologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: microchiroptera , riqueza , comunidade
Área de Conhecimento: 20400004 - ZOOLOGIA

O grupo Chiroptera constitui a segunda maior ordem dentro dos mamíferos, e são organizados em duas sub-ordens, Megachiroptera e Microchiroptera. No Brasil são encontradas aproximadamente 172 espécies de morcegos microquirópteros, e no estado do Paraná em torno de 64 espécies. A Floresta Atlântica abriga grande parte dessa diversidade, pois proporciona uma enorme disponibilidade de itens alimentares ao longo do ano, fator que beneficia o sucesso na distribuição e riqueza destes animais altamente adaptados à diferentes dietas, variando de espécie para espécie. A composição em comunidades de morcegos pode ser bastante diversificada e influenciada por condições climáticas e interações ecológicas (disponibilidade de recursos, competição, predação). Sendo assim o presente trabalho tem como objetivo descrever e avaliar as comunidades de morcegos existentes em duas Unidades de Conservação do Paraná com altitudes e tipos de vegetação da Mata Atlântica distintas. As comunidades de morcegos foram amostradas por meio de captura com rede-neblina, durante cinco noites na Floresta Estadual do Palmito (25° 35’ 17” S / 48° 32’ 43” W), no mês de Julho de 2011 e seis noites no Parque Estadual de Lauráceas (24° 35’ 28” S / 48° 38’ 40” W), divididas em duas fases de campo nos meses de janeiro e abril de 2012, totalizando um esforço amostral de 8955 h/m². Os morcegos capturados foram identificados e tiveram sua massa, comprimento de antebraço, sexo e estado reprodutivo registrados. Os espécimes coletados foram depositados na coleção zoológica da Universidade Federal do Paraná (DZPU) e tiveram uma amostra de tecido retirada para analises moleculares futuras. A riqueza de espécies foi estimada pela analise de Monte Carlo através do programa Ecosim e as analises de composição e abundancia foram realizadas pelo programa R utilizando o Método Bray-Curtis. Foram capturados 25 indivíduos na FEP e 105 no PEL, totalizando 130 morcegos de 20 espécies. Embora a riqueza para ambas as localidades não tenha diferido significantemente, apenas seis espécies foram encontradas nas duas comunidades, entre elas as mais abundantes na amostragem total: Molossos ruffus (23,8 %), Myotis levis (17,7%) e Sturnira lilium (16 %).  As duas comunidades estudadas apresentaram o padrão de estrutura das comunidades neotropicais com a presença de poucas espécies abundantes e de muitas espécies raras. Tal padrão pode indicar competição interespecífica favorecendo os animais com maior gama de recursos disponíveis, e também o bom estado de preservação das matas das unidades de conservação.

 

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