ASCÍDIAS EM MARINAS NA REGIÃO DE SALVADOR, BA COM ÊNFASE EM DETECÇÃO DE ESPÉCIES INTRODUZIDAS
Aluno de Iniciação Científica: Isabela Monteiro Neves (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Rosana Moreira da Rocha
Departamento: Zoologia
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Substrato artificial , Bioinvasão , homogeneização
Área de Conhecimento: 20400004 - ZOOLOGIA
A Classe Ascidiacea é composta por invertebrados marinhos e bentônicos, cujo habito séssil permite a dispersão das espécies incrustadas nos cascos de navios e de suas larvas pela água de lastro, colocando-as como importantes indicadoras de bioinvasão. Na Baia de Todos os Santos (BTS) está localizado o Porto de Salvador, cujo fluxo de navios é intenso durante todo o ano, justificando a importância de se conhecer e monitorar a fauna marinha da região, para detecção precoce de bioinvasões. Este trabalho teve como objetivos identificar e quantificar as ascídias presentes em substrato artificial em diferentes regiões da BTS e classificá-las como nativas, criptogênicas ou introduzidas. A coleta foi feita de forma passiva utilizando 24 placas de polietileno submersas entre dezembro/2011 e fevereiro/2012 em quatro marinas. Foram encontrados 31 taxons, dos quais dez foram identificados em nível de gênero, vinte em nível de espécie e 1 em nível de família. Dentre as espécies identificadas, Didemnum vanderhorsti, Ascidia nordestina e Symplegma rubra foram classificadas como nativas. Didemnum perlucidum, Didemnum psammatodes, Diplosoma listerianum, Lissoclinum fragile, Polyclinum constellatum, Phallusia nigra, Botrylloides nigrum, Symplegma brakenhielmi, Styela canopus, Microcosmus exasperatus e Herdmania pallida foram classificadas como criptogênicas pela sua ampla distribuição geográfica e por não terem definidas as localidades de origem. As espécies classificadas como introduzidas foram: Ascidia sydneiensis e Styela plicata cuja origem é no oceano Pacífico, Ascidia curvata com origem no Caribe, Distaplia stylifera cuja distribuição é pan-tropical, mas os registros na costa brasileira são recentes e Botryllus leachii, sendo este, seu primeiro registro na costa atlântica. A marina Mercado Modelo foi apontada pela análise de diversidade de Shannon como a de maior riqueza, com índice 1,25, apresentando 22 espécies, enquanto a marina Ribeira, com apenas nove espécies encontradas, foi apontada como a de menor diversidade, com índice de 0,82. Comparando as marinas em relação à abundância e à riqueza, Mercado Modelo e Itaparica exibem maior similaridade, entre 30% e 40% respectivamente, enquanto a marina de Ribeira aparece com menor relação entre as demais. Desta forma, observa-se que a distribuição de muitas espécies é bastante localizada e que há necessidade de monitoramento de várias localidades para melhor avaliação de bioinvasão na BTS. Em caso de priorizar uma marina para monitoramento, a do Mercado Modelo seria a mais adequada, por sua proximidade com o porto.