APLICAÇÃO DE DNA BARCODE EM ACIANTHERA (PLEUROTHALLIDINAE, ORCHIDACEAE) DA MATA ATLÂNTICA
Aluno de Iniciação Científica: Giovanna Kunze (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Viviane Silva Pereira
Co-Orientador: Eric de Camargo Smidt
Departamento: Botânica
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: barcode , orchidaceae , biodiversidade
Área de Conhecimento: 20300000 - BOTÂNICA
A metodologia do DNA barcode é uma alternativa molecular para a identificação de espécies através da comparação de sequências de DNA do material de interesse com amostras já identificadas em bancos de sequências e material de testemunho acessível. Orchidaceae é a maior família dentre as Angiospermas com ca. 25 mil espécies em cerca de 800 gêneros. No Brasil ocorrem 236 gêneros e cerca de 2440 espécies, sendo 1424 endêmicas da Mata Atlântica. A subtribo Pleurothallidinae é exclusiva do Neotrópico e possui cerca de 4000 espécies. A taxonomia é bastante confusa devido ao número de espécies, tamanho reduzido dos indivíduos e a recentes propostas conflitantes sobre a sistemática do grupo. O gênero Acianthera Scheidw. possui 200 espécies e se distribui do México ao Uruguai. No Brasil ocorrem cerca de 130 espécies, sendo mais de 100 endêmicas. Ainda não existe um consenso em relação a quais regiões são melhores para o DNA barcode em plantas, sendo a proposta atual o uso combinado das regiões de cloroplasto (rbcL, matK e trnH-psbA) e núcleo (ITS). Neste trabalho foram analisadas oito espécies, sendo três amostras de Acianthera pubescens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase, A. prolifera (Herb. ex Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase e A. saundersiana (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase de localidades diferentes, totalizando 14 amostras. A análise molecular foi realizada a partir da extração de material fresco e amplificação das regiões de interesse pelo método de PCR seguido pelo sequenciamento das fitas forward e reverse, utilizando os mesmos primers aplicados na amplificação dos fragmentos. Foram testadas 16 regiões abrangendo os três genomas: genoma nuclear (ITS), genoma mitocondrial (Cox3) e genoma plastidial (psbJ-petA, rpS16x2F-trnK, petL-psbE, rpS16x1-trnQ, rpL32F-trnL, psbD-trnT, psbA-trnH, rpoB-trnC, trnS-trnG, matK, rbcL, trnLF, ycf1). O tamanho das sequências variou de 563pb a 1578pb, respectivamente rpS16x1-trnQ e rpoB-trnC, com um sucesso de seqüenciamento de 87%. A porcentagem de sítios informativos apresentou variação de 0,3% (Cox3) a 7,8% (rpL32F-trnL). Os resultados indicam que as regiões propostas para plantas não possuem a variação intra e interespecífica desejada para o DNA barcode (barcode GAP) e estão entre as menos variáveis dentre as estudadas (média de 3,5%). As regiões mais variáveis e indicadas para estudos posteriores em Acianthera dentre as analisadas; considerando tamanho do fragmento, sucesso de seqüenciamento e variação; foram psbD-trnT, rpL32F-trnL e rpS16x1-trnQ.