ANÁLISE GENOTÓXICA EM ASTYANAX SP (CHARACIDAE), APÓS CONTAMINAÇÃO POR INJEÇÃO INTRAPERITONEAL COM CHUMBO II

Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Dagostim (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Marta Margarete Cestari
Colaborador: Kézia Aguiar Delmond
Departamento: Genética
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Chumbo , Peixe , Genotoxicidade
Área de Conhecimento: 20206003 - MUTAGENESE

O metal chumbo, apesar de ter o uso controlado, ainda é muito empregado na indústria, como por exemplo, em baterias, pigmentos de tinta, pesticidas, cerâmica, tubulações de água potável e fumo do tabaco. O Pb é considerado um dos metais mais tóxicos para o ambiente aquático, devido à sua capacidade de mimetizar elementos essenciais principalmente, cálcio, ferro e zinco. O chumbo interage e se liga às mesmas proteínas e moléculas que esses metais, alterando assim atividades fisiológicas normais da célula. A mutagenicidade e/ou clastogenicidade do chumbo está relacionada com distúrbios na regulação enzimática, o que provavelmente afeta a replicação, tradução e reparo do DNA. O presente trabalho teve por finalidade testar os possíveis efeitos genotóxicos do Pb em eritrócitos do peixe Astyanax serratus. Foi realizado um bioensaio perfazendo um período total de contaminação de 96h. O grupo contaminado (15 peixes) foi submetido à injeções intraperitoneais na concentração de 40mg Pb2+/kg do peso corporal  e outros  15 indivíduos foram utilizados como controle negativo. Os grupos foram analisados pelo Teste de Micronúcleo Písceo, sendo considerados micronúcleo (MN) e Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) como indicadores de genotoxicidade. As AMN foram classificadas segundo Carrasco et al (1990). Para fazer a comparação entre os grupos foi utilizado o Teste de Mann-Whitney, com significância de 0,05. Não foram observados micronúcleos em nenhum dos grupos. Quanto as AMN, não houve diferença entre valores encontrados para Blebbed (p=0.339), Notched (p=0.2181), Binucleus (p=0.1268) e controle negativo. Quando somados AMN e MN, nossos resultados mostram que o grupo controle e grupo contaminado não diferem estatisticamente (p=0.2753). Em um trabalho realizado paralelamente, a partir das mesmas amostras, observou-se por meio do Ensaio Cometa um aumento significativo de danos no DNA (p=0,0001), quando comparados o grupo tratado e o controle negativo através do teste de Mann-Whitney. O Ensaio Cometa é considerado um teste mais sensível, pois permite a detecção de danos e quebras no DNA precocemente, antes mesmo da formação de micronúcleos e alterações morfológicas nucleares. Os resultados observados podem ser justificados pelo bioensaio agudo (96h) o que não permitiu a detecção de efeitos genotóxicos do chumbo através do Teste de Micronúcleo Písceo sobre eritrócitos de Astyanax serratus.

 

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