DIVERSIDADE POPULACIONAL DE HLA-F E POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO COM A DOENÇA AUTOIMUNE PÊNFIGO FOLIÁCEO

Aluno de Iniciação Científica: Eleonora Paulini (CNPq-Balcão)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Maria Luiza Petzl-Erler
Departamento: Genética
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: HLA , pênfigo , polimorfismos genéticos
Área de Conhecimento: 20205007 - GENÉTICA HUMANA E MÉDICA

HLA-F é um gene HLA não clássico localizado na região de classe I do MHC (major histocompatibility complex). Seu produto proteico age como ligante para os receptores inibidores de células do sistema imune ILT2 e ILT4. Dada a escassez na literatura de dados relativos às frequências alélicas e genotípicas de HLA-F nas diferentes populações humanas, torna-se válido incluí-lo em estudos populacionais. Adicionalmente, pouco se sabe sobre o possível papel desempenhado por este genena patogênese de doenças multifatoriais e estudos populacionais são úteis para o planejamento e a interpretação de estudos de associação entre variantes genéticas e doenças. Neste estudo, as frequências alélicas e genotípicas de HLA-F foram analisadas em duas amostras populacionais, sendo uma de orientais (n=39) e outra de africanos (n=17) e estão sendo investigadas em indígenas Guarani (M’Byá,  Kaiowá e Ñandeva)  e Kaingang (de Rio das Cobras e de Ivaí). Para a genotipagem foi empregada a técnica de PCR-SSOP (polymerase chain reaction - sequence specific oligonucleotide-probes): os éxons 1, 2, 4 e 7 de HLA-F foram amplificados pela reação em cadeia da polimerase (PCR) e em seguida foram realizadas hibridações com oligonucleotídeos-sonda biotinilados de sequência específica. O alelo F*01:01:01 foi o mais frequente em orientais seguido por F*01:01:02 (frequências de 38,4% e 29,5%, respectivamente). Estes mesmos alelos foram encontrados em igual frequência em africanos (32,3%). Além disso, as frequências alélicas e genotípicas de HLA-F foram também estimadas no grupo de pacientes com pênfigo foliáceo endêmico, uma doença autoimune da epiderme, e em indivíduos controle. Pacientes e controles foram subdivididos em euro e afrobrasileiros. A amostra controle foi composta por 71 indivíduos eurobrasileiros e 49 afrobrasileiros, ao passo que 101 pacientes eurobrasileiros e 67 afrobrasileiros compunham a amostra teste.  Para o grupo de eurobrasileiros não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as frequências genotípicas de pacientes e controles. No que se refere às análises de associação realizadas para a amostra de afrobrasileiros, resultados preliminares indicam a ocorrência de uma associação negativa com o alelo F*01:01:01 (OR=0,53; p=0,02). As amostra populacionais de pacientes e de controles deverão ser aumentadas, para possibilitar a obtenção de resultados conclusivos sobre a possível contribuição do polimorfismo de HLA-F para as diferenças interindividuais de susceptibilidade ao pênfigo foliáceo endêmico.Apoio financeiro: CNPq e Fundação Araucária.

 

0224