ANÁLISE DO PROTEOMA DIFERENCIAL DE HERBASPIRILLUM SEROPEDICAE EM CONDIÇÕES DE FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO
Aluno de Iniciação Científica: Najara Nogari de Mello (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Ana Claudia Bonatto
Co-Orientador: Roseli Wassem
Colaborador: Emanuel Maltempi de Souza, Jeferson Vieira
Departamento: Genética
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: João , Silvia , Max
Área de Conhecimento: 20202008 - GENÉTICA MOLECULAR E DE MICROORGANISMOS
A fixação biológica de nitrogênio é o processo de conversão do dinitrogênio atmosférico a amônia, realizado por bactérias denominadas de diazotrofos. Esta reação ocorre em baixos níveis de amônio e oxigênio e é catalisada pelo complexo enzimático da nitrogenase. Quando amônio é adicionado a células nesta condição, a atividade da nitrogenase é inibida, em geral pela modificação covalente da proteína NifH, uma das subunidades da nitrogenase. Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica endofítica que se associa a plantas de interesse econômico como milho, trigo e arroz. Neste organismo, o mecanismo de controle da atividade da proteína NifH ainda é desconhecido, uma vez que as enzimas que modificam NifH em outras bactérias estão ausentes em H. seropedicae. Em análises do proteoma de células de H. seropedicae, a proteína NifH foi identificada apenas em condições de fixação de nitrogênio e em dois pontos proteicos (33 kDa/pI 5.13 e 33.5 kDa/pI 5.0). O objetivo deste trabalho é avaliar as mudanças pós-traducionais no proteoma de H. seropedicae após o choque de amônio e investigar o mecanismo de controle da atividade da proteína NifH. Células de H. seropedicae estirpe SmR1 foram cultivadas em condições de fixação de nitrogênio (glutamato 5 mM) por 30 horas e submetidas a um choque de amônio pela adição de cloreto de amônio (1 mM). Extratos celulares obtidos antes e após o choque de amônio foram analisados por eletroforese bidimensional. Os géis foram comparados através de análise computacional e alguns pontos proteicos foram selecionados para identificação. A proteína NifH foi identificada em dois pontos proteicos, antes e após o choque, sugerindo que o padrão da proteína NifH observado no gel não decorre de algumamodificação em resposta ao choque. Para investigar se a proteína NifH pode se ligar à membrana em resposta à adição de amônio, extratos celulares obtidos antes e após o choque foram lisados e a fração de membrana foi separada da fração citosólica por ultracentrifugação. A presença da proteína NifH nas frações foi avaliada por imunodetecção, utilizando um anticorpo anti-NifH. A proteína NifH foi observada na fração total e na fração citosólica, antes e após o choque, sugerindo que a localização celular desta proteína não é alterada em resposta à adição de amônio. Estes resultados indicam que o controle da atividade da proteína NifH de H. seropedicae difere dos mecanismos observados em outros organismos e novos estudos são necessários para seu entendimento.