DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA EFICIENTE DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR DO FUNGO FITOPATOGÊNICO GUIGNARDIA CITRICARPA

Aluno de Iniciação Científica: Douglas Adamoski Meira (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas
Orientador: Chirlei Glienke
Colaborador: Vanessa Kava-Cordeiro
Departamento: Genética
Setor: Ciências Biológicas
Palavras-chave: Phyllosticta capitalensis , Diagnóstico Molecular , Mancha Preta dos Citros
Área de Conhecimento: 20202008 - GENÉTICA MOLECULAR E DE MICROORGANISMOS

Diversas ferramentas moleculares para a detecção e identificação de fitopatógenos vêm sendo utilizadas, não somente em pesquisa, mas também em situações de campo. Uma destas doenças, a Mancha Preta dos Citros (MPC, agente causal fungo Phyllosticta citricarpa), é responsável por perdas financeiras ao agronegócio citrícola – devido à depreciação visual (que prejudica o comércio in natura) e queda prematura dos frutos (que reduz a rentabilidade ao produtor). Entretanto, outro fungo do mesmo gênero, P. capitalensis (não patogênico a citros, mas filogeneticamente relacionado e morfologicamente semelhante à espécie causadora da doença), compartilha o mesmo hospedeiro e habita de forma saprofítica lesões nos frutos cítricos, gerando uma demanda por sua identificação, dada a existência de barreiras fitossanitárias à primeira espécie. Assim, o presente trabalho visou construir conhecimento sobre região genômica (denominada GMF) utilizada para a detecção de P. capitalensis, além de propor aprimoramento ao diagnóstico molecular, que apresenta problemas de especificidade perante novas espécies descritas dentro do gênero. Assim, buscou-se a identificação de sequência homóloga a GMF em outras espécies (P. citricarpa, P. brazilianiae, G. mangiferae e P. citribraziliensis) e também a partir de DNA extraído de tecidos foliares de pomares comprometidos e das próprias linhagens de Phyllosticta spp isoladas destas plantas. Procedeu-se com a extração de ácidos nucléicos do respectivo material, amplificação do fragmento GMF (em condições menos restringentes quando em P. citricarpa e P. citribraziliensis), clonagem no vetor pGEM®-T, avaliação dos transformantes e sequenciamento, ou o sequenciamento direto em alguns casos. Após a avaliação das sequências utilizando um pipeline automatizado, as mesmas foram confrontadas com bancos de sequências públicos e foi proposta a substituição de um dos primers utilizados no diagnóstico molecular de P. capitalensis existente. Como resultados, foram observados polimorfismos escassos nas linhagens de P. capitalensis e não foi encontrado um homólogo em P. citricarpa e P. citribraziliensis através do método utilizado. Desta forma, a PCR convencional proposta foi capaz de distinguir o fungo P. capitalensis de todos os demais avaliados. Com o obtido pode-se concluir que a alteração no ensaio de detecção de P. capitalensis deixou o mesmo mais específico e, consequentemente, mais seguro de ser utilizado como ferramenta de identificação com intuito científico ou fitossanitário.

 

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