ESTRUTURA VERTICAL DA CAMADA LIMITE ATMOSFÉRICA E OCEÂNICA NA REGIÃO DE CABO FRIO

Aluno de Iniciação Científica: Tábata Fernanda Vilas Boas de Miranda (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná
Orientador: Marcelo Sandin Dourado
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Camada de mistura oceânica , Modelagem unidimensional , Cabo Frio - RJ
Área de Conhecimento: 10802002 - OCEANOGRAFIA FÍSICA

A estrutura vertical do oceano superior é composta por uma camada turbulenta, a Camada de Mistura Oceânica (CMO), que é limitada abaixo por uma camada estratificada estável, a termoclina sazonal. Na região de Cabo Frio-RJ, os estudos observacionais, mostram uma repartição em diagrama TS bem típica onde se destacam as águas da Corrente do Brasil, água de ressurgência (Água Central do Atlântico Sul) e uma contribuição de águas continentais quentes. O objetivo deste trabalho é modelar a CMO na região de Arraial do Cabo, RJ. A campanha de medidas foi realizada no litoral de Arraial do Cabo entre os dias 16 e 19 de março de 1994, a bordo do Navio Oceanográfico Antares. O navio esteve fundiado em 23º 45´S e 42º 45´W, uma região do Oceano Atlântico localizada a cerca de 4 milhas náuticas distante do continente onde a profundidade é de aproximadamente 150 m.O modelo unidimensional usado neste estudo foi proposto por Gaspar et al., 1990. Este modelo permite simular a evolução da temperatura, salinidade e perfis de correntes da CMO sob controle das forçantes atmosféricas. Apesar do modelo ser unidimensional, ele permite que um termo de advecção seja imposto durante a simulação. Para inicializar e forçar o modelo foram utilizados dados obtidos durante a campanha. Os perfis iniciais de temperatura foram obtidos a partir de interpolação linear (grade de 1 metro) do primeiro dia da campanha (16/03). Os resultados mostram que quando o modelo considera a advecção a temperatura modelada acompanha bem o perfil da temperatura observada. A diferença observada pode ser explicada pela ausência de valores reais de radiação solar e erros do modelo. A profundidade da CMO, baseada no critério de densidade, foi calculada pelo modelo com e sem advecção. Uma profundidade média em torno dos 23m e 33m são obtidas para a CMO modelada com e sem advecção, respectivamente. Esta diferença ocorre devido à advecção de águas quentes que aumenta a estabilidade da coluna d’água e consequentemente diminui a profundidade da CMO.

 

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