AS ASSEMBLÉIAS DE PEIXES NOS DIFERENTES SETORES DA REGIÃO ESTUARINA DO CEP COM BASE EM ESPÉCIES, FAMÍLIAS E GUILDAS FUNCIONAIS
Aluno de Iniciação Científica: Felippe Veneziani Abbatepaulo (PIBIC/CNPq)
Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná
Orientador: Henry Louis Spach
Co-Orientador: Ana Carolina dos Passos
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Ictiofauna , Distribuição espacial , Complexo Estuarino de Paranaguá
Área de Conhecimento: 10801014 - INTER.ENTRE OS ORGAN.MARINHOS E OS PARÂMETROS AMBIENTAIS
O presente estudo analisou a estrutura da ictiofauna ao longo do eixo leste-oeste do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) empregando como métricas a composição de espécies, famílias e guildas funcionais. Em 52 estações amostrais distribuídas em três setores de salinidade (mesohalino, polihalino e euhalino) foram coletadas 152 espécies de peixes. Os dados de presença e ausência das famílias e espécies, bem como dados quantitativos de espécies diferiram entres os setores a partir da análise ANOSIM, fato não verificado para os dados de guildas. A diferença entre os setores polihalino e mesohalino se deu principalmente pelas maiores abundâncias médias de Harengula clupeola e Anchoa lyolepis no polihalino e de Anchoa januaria, Diapterus rhombeus e Ctenogobius schufeldti no mesohalino. As elevadas abundâncias médias de A. januaria, D. rhombeus e C. schufeldti no mesohalino e de H. clupeola, Anchoa tricolor, e Anisotremus surinamensis no euhalino tiveram importante contribuição para a diferença entre os setores mesohalino e euhalino. Entre os setores polihalino e euhalino a diferença foi decorrente principalmente das elevadas abundâncias de Atherinella brasiliensis no polihalino e de H. clupeola e A. tricolor no setor euhalino. Quanto às guildas de uso do estuário, os visitantes marinhos dominam em número de espécies (41%), seguidos pelos migrantes marinhos (25%) e estuarinos (3%). Em termos de abundância relativa, os estuarinos dominam em número (50%), seguidos pelos visitantes marinhos (30%) e migrantes marinhos (15%). Em relação às guildas tróficas, foi maior o número de espécies zoobentívoras (50%), seguidas pelas piscívoras (18%) e zooplanctívoras (16%). Em termos de abundância relativa, as zooplanctívoras dominam em número (40%), seguidas pelas oportunistas (28%) e zoobentívoras (21%). As guildas de uso do estuário e guildas tróficas não diferiram entre os setores. Por outro lado, as espécies e famílias são congruentes com os setores de salinidade. Os setores determinados com base na salinidade representam bem as diferenças taxonômicas, mas não as diferenças funcionais das assembleias dentro do estuário.