RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO EM SISTEMAS DEPOSICIONAIS FLUVIAIS E EÓLICOS: COMPARAÇÃO COM ANÁLOGOS AFLORANTES DA BACIA DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Fábio Berton (PIBIC/CNPq)
Curso: Geologia )
Orientador: Fernando Farias Vesely
Colaborador: Guilherme Arruda Sowek, Francisco José Fonseca Ferreira
Departamento: Geologia
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: gamaespectrometria , Formação Rio do Rasto , correlação gamaespectrométrica
Área de Conhecimento: 10702091 - GEOFÍSICA APLICADA
A gamaespectrometria é uma ferramenta versátil na interpretação de dados de subsuperfície em poços exploratórios. Entretanto, em rochas de contexto deposicional fluvial a correlação de assinaturas radioativas mostra-se difícil devido às heterogeneidades das sucessões sedimentares. Sistemas fluviais são complexos e caracterizados por bruscas variações laterais de fácies, o que se reflete na geometria dos depósitos, composição das rochas e conectividade entre os canais. A busca por um padrão na assinatura gamaespectrométrica dessas sucessões é importante para a indústria do petróleo, devido à influência das heterogeneidades na circulação de fluidos dos reservatórios. Neste trabalho, perfis gamaespectrométricos foram levantados em um afloramento de fácies fluviais da Formação Rio do Rasto (Permiano Superior da Bacia do Paraná) no município de Lages, Santa Catarina. O afloramento exibe uma sucessão de arenitos finos e pelitos dispostos em formas de acresção lateral, podendo ser interpretado como o registro de uma barra em pontal composta, desenvolvida num sistema fluvial de carga mista. Seis perfis foram medidos ao longo do afloramento, com leituras efetuadas a cada 15 centímetros na vertical com duração de 30 segundos. Os registros foram feitos em K (%), eU e eTh (ppm) e contagem total (ppm de Ueq). O objetivo principal do trabalho foi comparar as assinaturas geofísicas de cada perfil com as fácies observadas. Com esta comparação buscou-se determinar os fatores que controlam a resposta gamaespectrométrica nesses depósitos, bem como relacionar os dados espectrais com os da contagem total. As análises permitiram interpretações refinadas da assinatura gamaespectrométrica, principalmente no que se refere ao controle dos elementos sobre a contagem total. Os valores da contagem total foram convertidos para unidades API, para que fosse possível a comparação com os dados de poços publicados na literatura. Entretanto, os dados em unidades API mostraram imprecisões na escala de detalhe, permitindo apenas interpretações gerais da argilosidade dos litotipos analisados. O modelo de padrão “em funil” para canais fluviais não foi observado em todos os perfis devido a variações intra-canal, bem como pela influência de anomalias de urânio em alguns perfis. Os resultados obtidos demonstraram que depósitos fluviais podem apresentar variadas assinaturas em perfis de raios gama. Por outro lado, os perfis obtidos em campo forneceram parâmetros importantes para o reconhecimento de fácies fluviais em perfis de poços, tornando mais robusta a análise de fácies em subsuperfície.