CATODOLUMINESCÊNCIA APLICADA AO ESTUDO DE ROCHAS CARBONÁTICAS, ESTUDO DE CASO: FORMAÇÃO ITAIATUBA, BACIA DO AMAZONAS

Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Thaís Ferreira Oste (PET)
Curso: Geologia
Orientador: Barbara Trzaskos
Co-Orientador: Cristina Valle Pinto-Coelho
Departamento: Geologia
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Catodoluminescência , Carbonatos , Formação Itaituba
Área de Conhecimento: 10701133 - ESTRATIGRAFIA

As recentes descobertas de campos de petróleo em rochas carbonáticas no Pré-Sal tornaram fundamentais estudos voltados à identificação da paleogeografia e da evolução diagenética destas rochas. Dentre as técnicas analíticas disponíveis, a catodoluminescência (CL) é uma ferramenta importante para a caracterização de carbonatos, além de propiciar um entedimento maior sobre a evolução da estratigrafia de cimentos carbonáticos. A luminescência de carbonatos está relacionada com a presença de íons inibidores e ativadores em sua estrutura, no caso Fe2+ e Mn2+ respectivamente, que se apresentam em solução em maiores ou menores quantidades devido ao paleoambiente.  Com o auxílio da CL foram estudadas rochas carbonáticas da sequência Pensilvaniano-Permiana da Formação Itaituba da Bacia do Amazonas, representadas por mudstones e grainstones. Os mudstones exibem características de ambiente de inframaré, matriz com dolomita sacaroidal fina sem bioclastos e indícios de porosidade móldica que pode evoluir para vugs. Os grainstones, representados na região de intermaré, apresentam grande diversidade fossilífera, dentre eles braquiópodes, crinoides e gastrópodes. O cimento carbonático apresenta geralmente baixa cristalinidade, porém, ao preencher estilolitos e fraturas, apresenta-se límpido. A interface dos ambientes de intermaré alta e supramaré é marcada pela presença de grainstone oolítico com fabric seletivo poroso do tipo shelter, cuja cimentação marinha é evidenciada pela presença de franjas de aragonita em torno de grãos aloquímicos, além da presença de cimentação carbonática sintaxial. Análises por CL evidenciaram aragonita com cor amarelo brilhante; a calcita de aspecto límpido, que cimenta bioclastos, pelóides, oólitos e intraclastos, revela cor laranja avermelhado; a cimentação freática de água doce tem luminescência fraca, com cor mais acastanhada. O material carbonático com cores mais castanhas em CL tem, provavelmente, origem meteórica. O mudstone apresenta cor avermelhada, semelhante à da calcita. Nos grainstones, de maneira geral, nas porções da rocha onde se concentram os bioclastos, a calcita apresenta tonalidades fracas em CL, variando de amarelo castanho a castanho amarelado. Sendo assim, com o auxílio da CL foi possível identificar bandas de luminescência com tonalidades diferentes em amostras de grainstones, indicando mais de uma fase de cimentação carbonática. Desta maneira o estudo microfaciológico associado ao estudo da CL propiciou o estabelecimento de paleoambientes.

 

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