DINÂMICA ESPACIAL DOS CASOS E DOS VETORES DA DENGUE EM REGIÕES DE FRONTEIRA

Aluno de Iniciação Científica: Tereza Cristina Polato Hoffmann (PIBIC/CNPq)
Curso: Geografia
Orientador: Francisco de Assis Mendonça
Co-Orientador: José Aquino Junior
Departamento: Geografia
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Foz do Iguaçu , Dengue , Clima e Saúde
Área de Conhecimento: 10000003 - CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Atualmente a dengue se configura como a arbovirose mais relevante do mundo. Estima-se que aproximadamente 42% da população mundial vive em regiões onde o vírus da doença pode ser transmitido. No Brasil, sua reemergência se deu na década de 1980, não tendo sido controlado até hoje, inclusive na região Sul, considerada idene à doença até a década de 1990. O país possui todos os condicionantes socioambientais favoráveis à proliferação da dengue, quais sejam o ambiente físico-natural (clima), o ambiente sócio-cultural e a ineficácia de políticas públicas. O clima influencia fortemente na difusão da doença, pois propicia a formação dos criadouros e infestação do vetor, além da intensificação e/ou limitação do ciclo viral. A cidade de Foz do Iguaçu (Paraná) merece destaque pelo seu grande potencial de área de risco, pois além de oferecer as condições ambientais ideais ao desenvolvimento do vetor, torna-se ainda mais vulnerável por ser área de tríplice fronteira internacional (Brasil, Argentina e Paraguai), que faz com que a disseminação da dengue seja facilitada pelo alto fluxo de pessoas e mercadorias,  diversidade e ineficácia de campanhas de controle, além das diferenciadas políticas de saúde de cada nação. Em trabalho desenvolvido anteriormente, constatou-se a importância da sazonalidade climática como um condicionante socioambiental influente na manifestação da doença em Foz do Iguaçu. Questiona-se então, na escala temporal diária, quais os tipos de tempo que diferem um ano epidêmico de um ano não epidêmico. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo principal identificar os principais tipos de tempo que influenciaram na manifestação da dengue no município de Foz do Iguaçu nos anos de 2009 e 2010, em específico para os meses epidêmicos. Para tal, foi elaborada a análise rítmica dos tipos de tempo atuantes na região de Foz do Iguaçu nos meses de fevereiro a maio de 2009 e 2010, para o que foram utilizados dados de temperatura, precipitação, pressão atmosférica, umidade relativa e velocidade do vento. Através dessa pesquisa foi possível constatar a influência dos tipos de tempo na manutenção e limitação do ciclo viral no ano não epidêmico de 2009 e no ano epidêmico de 2010, já que no segundo ano as temperaturas mínimas e a precipitação do período pré-epidêmico (janeiro e fevereiro) foram maiores que no mesmo período de 2009, o que pode ter contribuido para o início do ciclo viral, além da correlação com eventos extremos, como enchentes, ocorridos no local durante o período estudado.

 

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