PRIMEIRA DESCRIÇÃO DAS PARALARVAS (LEITE & HAIMOVICI, 2008) DE OCTOPUS INSULARIS A PARTIR DE REPRODUTORES MANTIDOS EM LABORATÓRIO
Aluno de Iniciação Científica: Nathalia Hespanhol Elias (PIBIC/CNPq)
Curso: Tecnologia em Aqüicultura - Pontal do Paraná
Orientador: Erica Alves Gonzalez Vidal
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: cromatóforos , identificação , nordeste
Área de Conhecimento: 10000003 - CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
O padrão de distribuição de cromatóforos em paralarvas de cefalópodes fornece um meio rápido e, relativamente, fácil de identificar espécies. O objetivo deste trabalho é descrever a morfologia e o padrão de cromatóforos de paralarvas de Octopus insularis, espécie recentemente descrita, cujas paralavas ainda são desconhecidas. Os reprodutores (3 fêmeas e 1 macho) foram capturados na região do Rio do Fogo-RN (5° 16′ S, 35° 18′ O) e enviados ao Laboratório de Cultivo de Cefalópodes e Ecologia Marinha Experimental (LaCCef) – CEM/UFPR, onde foram aclimatizados e acondicionados à temperatura de 26ºC e salinidade de 32 em um sistema fechado de recirculação de água. Neste sistema a qualidade da água foi monitorada a cada 2 dias com medições de compostos nitrogenados (amônio, nitrito e nitrato) e parâmetros físico-químicos (pH, salinidade e temperatura). Após o processo de cópula as fêmeas produziram ovos. O desenvolvimento embrionário aproximadamente 30 dias culminando com a eclosão das paralarvas. Um total de 19 paralarvas foram coletadas nos tanques de cultivo e fotografadas em posição dorsal, ventral e lateral com o auxilio da câmera Olympus SC20 acoplada a um microscópio esteroscópio conectados a um computador. Várias medidas morfométricas foram obtidas: comprimento do manto (CM); largura do manto (LM); comprimento do segundo par de braços (C2B); largura da cabeça (LC); comprimento do funil (CF); diâmetro dos olhos (DO) e comprimento total (CT). Em posição dorsal foram encontrados 20-21 cromatóforos no manto dos quais 9 recobrem as vísceras, 9 distribuídos na cabeça, 3-4 em uma única fileira nos braços; disposição ventral: 40 cromatóforos no manto, 2 grandes na cabeça, 4-5 nos braços, 8 no funil; e disposição lateral: 2-4 nos olhos sempre pareados. Três ventosas foram encontradas em cada braço distribuídas em uma única fileira. O CM foi de 1,27 ± 0,14mm e as demais variáveis morfométricas obtidas foram: LM: 0,98 ± 0,09; C2B: 0,58 ± 0,07; LC: 0,86 ± 0,06; CF: 0,49 ± 0,05; DO: 0,31 ± 0,04; CT: 2,51 ± 0,15. Os resultados obtidos permitiram observar que as paralarvas de Octopus insularis apresentam um grande número total de cromatóforos (média 91), e que se diferenciam tanto em número, como na distribuição e tamanho de cromatóforos quando comparadas as paralarvas de O. vulgaris. Os resultados deste trabalho representam a primeira descrição detalhada das paralarvas de O. insularis, e permitirão sua identificação diante das demais espécies de Octopus em amostras de plâncton ao longo do nordeste brasileiro.