CONSTITUINTES QUÍMICOS DE SALVIA LACHNOSTACHYS

Aluno de Iniciação Científica: Carlos Augusto Ehrenfried (PIBIC/CNPq)
Curso: Química - Licenciatura
Orientador: Maria Élida Alves Stefanello
Colaborador: Élide P. Santos
Departamento: Química
Setor: Ciências Exatas
Palavras-chave: Salvia , Diterpeno , Fruticulina A
Área de Conhecimento: 10000003 - CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

O gênero Salvia (Lamiaceae) está representado no Brasil por cerca de 60 espécies, entre as quais se encontra S. lachnostachys, uma espécie endêmica do Estado do Paraná. Esta planta é uma erva aromática, que cresce em Curitiba e na região metropolitana. Não foram encontrados relatos de seu uso na medicina popular, mas estudos farmacológicos preliminares mostraram que o extrato etanólico das folhas possui atividade ansiolítica. Por essa razão, nós iniciamos o estudo fitoquímico deste extrato visando isolar e identificar os princípios ativos. Em um resumo anterior foi relatado o isolamento dos ácidos ursólico e oleanólico das frações mais polares do extrato. O objetivo do presente trabalho é dar continuidade ao estudo fitoquímico desta espécie, isolando e identificando os constituintes das frações menos polares.. As folhas foram coletadas em Curitiba, secadas em estufa a 40º, moídas e extraídas a frio com hexano e etanol, sucessivamente. O extrato etanólico obtido foi submetido à uma coluna rápida, eluida com diclorometano e misturas de diclorometano e metanol. A fração eluída com DCM foi separada em coluna (CC), as frações obtidas foram analisadas através de cromatografia em camada delgada analítica (CCDA) e purificadas por cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP). Em todos os procedimentos cromatográficos foi utilizado gel de sílica como fase estacionária. Desta maneira foi obtida uma substância (A - 9,8 mg) considerada pura por CCDC. Esta substância foi analisada através de RMN (1H, 13C,DEPT, HSQC e HMBC) e os dados obtidos foram comparados com a literatura. O espectro de RMN de 1H de A mostrou sinais típicos de terpenóides. Foram observados, um dubleto proveniente de dois grupos metila equivalentes (δ 1,26), um singleto correspondete a outro grupo metila (d 2,44), um dubleto de um grupo metileno (d 3,14), um hepteto proveniente de um hidrogênio metínico (d 3,37), um singleto de um grupamento metoxila (δ 3,79) e sinais de 4 hidrogênios aromáticos (d 6,86-8,16). O seu espectro de RMN de 13C{1H} apresentou sinais de 20 carbonos, indicando tratar-se de um diterpeno. Entre estes foram observados dois sinais de grupos carbonila (d 183,2 e 184,0) sugerindo a presença de uma quínona. Uma análise detalhada dos espectros HSQC e HMBC e, comparação com dados da literatura levou a identificação do diterpeno conhecido como fruticulina A. Este é um composto raro, tendo sido isolado até o momento de apenas duas outras espécies vegetais, Salvia fruticulosa e S. corrugata. O estudo de outras frações está em andamento.

 

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