A facilidade de acesso à informação, sobretudo com o advento da internet, constitui-se desafio para a educação contemporânea. A diversidade de veículos de informação, aos quais chamamos mídias (televisão, rádio, livros, revistas e jornais, além da internet), desabrocha no bombardeio de dados sobre o indivíduo que não mais necessita deslocar-se para ter acesso ao conteúdo que deseja, utilizando-se apenas de meios virtuais. Este crescimento exacerbado dos sistemas de informação, que hoje se consolidam como uma complexa rede onde tudo está, de alguma forma, conectado, exige a habilidade de filtrar, selecionar, e categorizar as informações recebidas. Neste sentido, o desafio no campo da educação apresenta-se na necessidade de desenvolver no aluno esta habilidade de leitura do sistema informacional, vinculando-a ao conhecimento científico. O trabalho aqui apresentado parte de um dos esforços do PIBID-História, cujo objetivo era o de compreender como os estudantes de escolas públicas acessam e utilizam as mídias de que dispõem. Tendo como base as reflexões de Michel de Certeau, em seu texto “Fazer com: usos e táticas”, a pesquisa foi realizada em três etapas. Inicialmente, foi desenvolvido um questionário para o recolhimento de dados estatísticos entre alunos de ensino médio de três escolas públicas no Estado do Paraná: Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, Colégio Estadual Santa Felicidade e Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, que possibilitou traçar um panorama do eixo mídia-sala de aula. Entre várias conclusões, observou-se que a internet é a principal fonte de informação e pesquisa. Em seguida, por meio de uma atividade didática observou-se o comportamento dos alunos durante a realização da pesquisa na internet: notou-se a ausência de critérios na escolha dos sites de pesquisa e que seus conteúdos são sempre vistos como complementares. Finalmente, levando-se em consideração as conclusões obtidas nestas duas etapas, foram realizadas oficinas nas escolas, utilizando estratégias para o desenvolvimento da autonomia dos alunos na leitura crítica do conteúdo histórico produzido por diferentes mídias.
