MATINHOS - DO AMBIENTE MARINHO A MATA ATLÂNTICA: UNINDO SABERES

Autores: Aline Oswald, Daniele Atab, Francielle Cristina Torres Chaves, Izabel Cristiane Jorge, Joseane Gomes Lourenço

Professor: Luiz Everson da Silva

Programa: PIBID

Curso: Ciências

O presente trabalho tem por objetivo desenvolver o ensino de ciências, nas séries finais do ensino fundamental, do Colégio Estadual Sertãozinho do Município de Matinhos - PR. Para tanto utilizamos a cultura e o saber local da cidade para estabelecer uma conexão entre o conhecimento científico e a realidade do aluno, tornando a aprendizagem significativa e proporcionando uma consciência reflexiva. A proposta está estruturada através de encontros semanais com estudantes, com alunos do sexto e sétimo ano do ensino fundamental, em contraturno. As atividades consistem em produção de desenhos, textos, músicas, visitas aos espaços históricos e parque da cidade além de leitura sobre as lendas e histórias da cidade, relacionando-os com o ensino de ciências. Partindo do pressuposto que o aluno constrói aprendizagem significativa quando essa faz parte da sua realidade, o conjunto de atividades desenvolvidas fortaleceu o vínculo dos estudantes com sua região. Esta perspectiva na qual a construção do processo se dá de forma dialética permite aos sujeitos uma travessia de barreiras e fronteiras apoiada numa visão de mundo em constante reelaboração, mas em sintonia com sua identidade. Assim no primeiro momento foi construído um diagnóstico sobre o que os estudantes conhecem sobre a cidade, mercado de peixe, a mata atlântica, o ambiente marinho em suas várias dimensões. Na atividade com desenhos ficou evidente que alunos não representam o ambiente com riqueza de detalhes, priorizando os elementos abióticos, e subestimam as potencialidades do ambiente marinho. A flora da região é ainda um mistério e o seu conhecimento é transmitido de forma verbal pelas gerações passadas. As lendas e histórias da região permitiram compreender o fazer cotidiano destacando-se a pesca artesanal e suas implicações ambientais. Uma observação interessante é que mesmo morando na faixa litorânea a maioria dos estudantes desconhecem os vários tipos de peixes que habitam esta região. Em síntese essa experiência permitiu despertar, alertar, sensibilizar e mobilizar para o (re)conhecimento do ambiente local como parte da identidade de cada um. Numa perspectiva de educação para a sustentabilidade nosso objetivo foi criar e aperfeiçoar sistemas de códigos que orientem a relação com o meio natural, bem como compreender e procurar novos padrões com base na relação sustentável com aquilo que os cerca.
Referencial Teórico:
GONDIM, M.S. e MOL, G.S. Saberes populares e ensino de ciências: possibilidades para um trabalho interdisciplinar. Química Nova na Escola, n. 30, p. 3-9, 2009.