A REPRESENTAÇÃO DA FEBEM E DO MENOR INFRATOR NO CINEMA BRASILEIRO: “PIXOTE”, DE HECTOR BABENCO

Autores: Nicolle Taner de Lima

Professores: Dennison de Oliveira

Programa: Outros Projetos

Curso: História (T)

 

 

“Pixote – a Lei do Mais Fraco” é um filme brasileiro, de Hector Babenco, de 1981. Conta a história de alguns meninos que cumprem medida de internação em uma instituição de regime fechado para menores e, que depois de uma rebelião, fogem da reclusão e praticam alguns delitos para sobreviver nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A presente pesquisa visa compreender as representações da FEBEM, a Fundação do Bem Estar do Menor, e do menor infrator e abandonado sob a tutela do Estado neste longa-metragem brasileiro, baseado em romance homônimo de José Louzeiro. Intentamos, portanto, discutir as relações entre Cinema e História - visto que as discussões sobre História e Cinema são acirradas no momento em que percebemos as diferenças entre a linguagem escrita e a audiovisual - através de revisão bibliográfica sobre o cinema como fonte para a História, o contexto histórico de produção, estudos de recepção e crítica (parte da metodologia inclui pesquisa sobre a repercussão do filme na época de seu lançamento e posteriormente),adaptação de livros para o cinema e condensação de personagens, já que, na literatura, o menino Pixote não é o protagonista – estes aspectos refletem nosso referencial teórico-metodológico, baseado nas obras de Rosenstone e Guynn, que discutem as condições sociais de produção e recepção como parte imprescindível na compreensão de uma narrativa fílmica; e também, discutir as questões trazidas pelo filme acerca da instituição FEBEM, como reclusão,organização interna, abandono, atos infracionais e violência, a partir da bibliografia acerca das instituições “correcionais” brasileiras, políticas de internamento e para “ressocialização” de menores infratores, sobre a identidade do menor, institucionalizado ou não, a violência cometida e sofrida por eles, e as formas visibilidade com as quais o cinema e as mídias brasileiros tratam do assunto. Pretendemos também, analisar elementos sobre a instituição presentes em nossa fonte em comparação com outros produtos audiovisuais brasileiros que tratam da mesma temática. A pesquisa ainda está em andamento, entretanto, já pudemos observar, a partir das leituras realizadas, a diferença entre a linguagem escrita e a fílmica, visto que cada mídia apresenta condicionantes inerentes e específicos ao seu gênero – além das questões acerca da FEBEM, que nos fez levantar um breve histórico da instituição, das políticas públicas, e dos subsídios semelhantes utilizados por diferentes audiovisuais sobre o tema – como a crítica ao sistema de internamento, à violência, ao descaso do governo, entre outros.