O presente artigo relata a experiência de  um grupo de estudantes da UFPR litoral, participantes do ICH (eixo  pedagógico curricular Integração Cultural e Humanística)  denominado “Feito à mão” realizado na cidade de Morretes  durante o segundo semestre de 2011. Neste contexto, o objeto  artesanal é produzido à mão com ferramentas e equipamentos  rudimentares utilizando técnicas transmitidas através de gerações.O  cerne desta proposta foi discutir e construir com a comunidade que  vivenciou e sofreu com o desastre natural de março de 2011,  possibilidades de geração de trabalho e renda. As atividades foram  construídas a partir de saberes culturais e tradicionais. Com a  participação de 10 estudantes oriundos de diversos cursos da  universidade, mediados pela professora responsável pelas atividades,  o grupo iniciou as oficinas em uma escola ,as demais foram realizadas  no “Espaço das Artes” localizado no centro da cidade de  Morretes. Durante o processo pode-se destacar as diferenças no  comportamento humano. Possibilidade de análise de algumas situações  que, atropelaram nossos planejamentos e nos trouxeram algumas  frustrações e outras boas surpresas.Algumas desagradáveis, como  por exemplo, sermos mal recebidos pela direção da escola que teve  atitudes punitivas com alunas da 4º série que numa aula vaga se  integraram na atividade e se atrasaram para o retorno à sala de  aula.Por outro lado, percebemos algumas situações extremamente  singelas,o sorriso de algumas crianças que acompanharam seus pais e  que ao fazerem seus brinquedinhos de feltro, e o resgate de  auto-estima de um dos participantes da comunidade ,que conseguiu uma  profissão através do entalhe na madeira.“Não há mudança sem  sonho como não há sonho sem esperança”. (Paulo Freire). As  oficinas proporcionaram o convívio social, o aprimoramento de  habilidades manuais e promoção do significado da palavra  auto-estima.Ao mesmo tempo, propiciou aos acadêmicos envolvidos um  contato direto com o trabalho comunitário e experiência em um  projeto social.O resultado mais aparente foi à construção de uma  “arvore de natal” que foi exposta com as raízes para cima  simbolizando a comunidade do bairro  “Floresta” que  teve suas raízes arrancadas pelos desastres naturais.Por fim,  podemos destacar que o projeto estabeleceu ligações entre os  trabalhos realizados na oficina e o contexto social em que os  participantes estão inseridos, enaltecendo as suas potencialidades e  capacidades de construção pessoal.