CIÊNCIA E ARTESANATO: UMA VIVÊNCIA DIDÁTICA PARA ALÉM DAS DISCIPLINAS

Autores: Izabel Cristiane Jorge

Professores:

Programa: Outros Projetos

Curso: Licenciatura em Ciências (Setor Litoral) (N)

 

 

O presente artigo relata a experiência de um grupo de estudantes da UFPR litoral, participantes do ICH (eixo pedagógico curricular Integração Cultural e Humanística) denominado “Feito à mão” realizado na cidade de Morretes durante o segundo semestre de 2011. Neste contexto, o objeto artesanal é produzido à mão com ferramentas e equipamentos rudimentares utilizando técnicas transmitidas através de gerações.O cerne desta proposta foi discutir e construir com a comunidade que vivenciou e sofreu com o desastre natural de março de 2011, possibilidades de geração de trabalho e renda. As atividades foram construídas a partir de saberes culturais e tradicionais. Com a participação de 10 estudantes oriundos de diversos cursos da universidade, mediados pela professora responsável pelas atividades, o grupo iniciou as oficinas em uma escola ,as demais foram realizadas no “Espaço das Artes” localizado no centro da cidade de Morretes. Durante o processo pode-se destacar as diferenças no comportamento humano. Possibilidade de análise de algumas situações que, atropelaram nossos planejamentos e nos trouxeram algumas frustrações e outras boas surpresas.Algumas desagradáveis, como por exemplo, sermos mal recebidos pela direção da escola que teve atitudes punitivas com alunas da 4º série que numa aula vaga se integraram na atividade e se atrasaram para o retorno à sala de aula.Por outro lado, percebemos algumas situações extremamente singelas,o sorriso de algumas crianças que acompanharam seus pais e que ao fazerem seus brinquedinhos de feltro, e o resgate de auto-estima de um dos participantes da comunidade ,que conseguiu uma profissão através do entalhe na madeira.“Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança”. (Paulo Freire). As oficinas proporcionaram o convívio social, o aprimoramento de habilidades manuais e promoção do significado da palavra auto-estima.Ao mesmo tempo, propiciou aos acadêmicos envolvidos um contato direto com o trabalho comunitário e experiência em um projeto social.O resultado mais aparente foi à construção de uma “arvore de natal” que foi exposta com as raízes para cima simbolizando a comunidade do bairro  “Floresta” que teve suas raízes arrancadas pelos desastres naturais.Por fim, podemos destacar que o projeto estabeleceu ligações entre os trabalhos realizados na oficina e o contexto social em que os participantes estão inseridos, enaltecendo as suas potencialidades e capacidades de construção pessoal.