DIFERENCIAÇÃO MORFOMÉTRICA DE LARVAS DE BIVALVES INVASORES, LIMNOPERNA FORTUNEI E CORBICULA SPP
Aluno de Iniciação Científica: Ronald Eugenio Manz (PIBIT/CNPq)
Curso: Geografia (N)
Orientador: Irani dos Santos
Co-Orientador: não tem
Departamento: Geografia
Setor: Ciências da Terra
Palavras-chave: Desenvolvimento de sensor, Transporte de sedimento, Turbidez
Área de Conhecimento: 10705007 - GEOGRAFIA FÍSICA
Na América do Sul, Limnoperna fortunei (Dunker 1857) e Corbicula spp. (Mühlfeld, 1811) são reconhecidos como organismos introduzidos há cerca de três décadas. O mexilhão-dourado (como é comumente chamado L. fortunei) e Corbicula spp. são considerados bivalves invasores que acarretam severos impactos ecológicos e econômicos. Portanto, técnicas acuradas e eficientes de monitoramento desses moluscos se fazem necessárias, como por exemplo, os marcadores moleculares específicos. Esses são capazes de detectar até mesmo uma única larva de L. fortunei em amostras de plâncton (e.g. 4000 l de água filtrada), o que torna a análise molecular um dos métodos mais eficientes e sensíveis para o monitoramento de larvas de espécies invasoras. O método molecular, todavia, não é amplamente utilizado devido ao custo associado. Por conta disso, o monitoramento por técnicas ópticas ainda é utilizado, mas não é uma tarefa fácil, pois consiste na identificação de fases larvais com características compartilhadas entre vários outros bivalves, às vezes coexistentes. Para contornar tais limitações, este trabalho propõe uma metodologia capaz de diferenciar morfologicamente L. fortunei e Corbicula spp. enquanto larvas. Para isso, amostras provenientes do Pantanal, Rio Ibicui (RS), Rio Uruguai, Salto Caxias (PR) e de Mauá (PR) foram obtidas por arrasto de rede de plâncton e fixadas em álcool 95%. Estas foram triadas sob lupa e os estágios larvais, de véliger de charneira reta e pedivéliger, de L. fortunei e Corbicula spp., foram fotografados sob microscópio. A partir das fotografias, as seguintes medidas foram obtidas: comprimento total, largura total, área, perímetro e largura da charneira. Posteriormente, a espécie de cada larva foi identificada com a aplicação de marcadores moleculares específicos – tanto de L. fortunei quanto de Corbicula spp. Os resultados parciais obtidos, através da análise multivariada discriminante, mostram que há diferenciação morfométrica significativa entre os organismos para os dois estágios larvais testados. Analise discriminante indica que larvas véliger de charneira reta e pedivéliger foram corretamente identificadas em 87,5% e 93,6%, respectivamente. A largura das larvas é a principal característica morfométrica que melhor separa os estágios larvais de ambas as espécies invasoras. Desse modo, a obtenção de dados morfométricos das larvas de L. fortunei e Corbicula spp. pode ser um método comparativo eficiente para a diferenciação desses organismos quando presentes, até mesmo em simpatria, em amostras de zooplâncton.