O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, apresentando para o biênio 2008/2009 um acúmulo de 517x106 ton de bagaço.
Assim, o aproveitamento racional dessa biomassa tornou-se uma necessidade para a indústria. O etanol de segunda geração é produzido
por 4 etapas principais: pré-tratamento; sacarificação; fermentação e recuperação do etanol. A aplicação de fluidos supercríticos (FSC), seja
no pré-tratamento ou na hidrólise enzimática dos materiais, apresenta-se como uma excelente alternativa, visando maior aproveitamento da
biomassa. O objetivo deste trabalho foi preparar o substrato lignocelulósico via pré-tratamento em FSC para posterior hidrólise enzimática.
Palha e bagaço de cana foram moídos à granulometria de 40 a 60 mesh e impregnados com 10% (m/m) de Dioxano:HCl 2 mol.L-1 (9:1).
A ausência de catalisador foi adotada como controle. Em seguida, 10 g do material foram condicionadas a 160 bar por 2 h na presença de
0,1 L de CO2, até a despressurização do sistema. Os resultados indicam que a extração foi pouco eficaz, apresentando deslignificações para
palha e bagaço de 4,00±1,07% e 11,48±3,79%, respectivamente. Portanto, pode-se concluir que o bagaço é mais susceptível a processos
de deslignificação em alta pressão do que o bagaço de cana. Apesar de baixos rendimentos de deslignificação há evidencias de que o
tratamento com FSC aumenta a acessibilidade da celulose à hidrólise, ensaios de hidrólise enzimática serão conduzidos para avaliar os
efeitos do pré-tratamento na sacarificação enzimática.
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