O presente trabalho tem como objetivo analisar, através da caracterização do hipotálamo e seus núcleos, a relação de tais
estruturas com a organização da resposta cardiovascular e sua importância no controle da hipertensão. Utilizamos como
critério de busca na literatura, estudos indexados nas bases de dados internacionais Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed (Mesh), Periódicos CAPES, coleção Scientific Eletronic Library Online (SciELO), National
Library of Medicine (MEDLINE). Constatamos que os núcleos hipotalâmicos estão diretamente relacionados com o sistema
cardiovascular através de comandos neurais enviados ao sistema nervoso autonômico. A estimulação da área anterior do
hipotálamo e área pré-óptica influencia as respostas parassimpáticas, tais como redução da pressão arterial, diminuição da
freqüência cardíaca, contração da bexiga, aumento da motilidade do trato gastrointestinal, salivação e constrição pupilar.
Em contrapartida, a estimulação dos núcleos posterior e laterais causa respostas simpáticas, entre elas elevação da pressão
arterial, aceleração da freqüência cardíaca, dilatação pupilar e hiperglicemia. Apesar dessa aparente distinção, mostrou-se
que ocorre superposição destas áreas. A anatomia topográfica do hipotálamo permite a análise dos núcleos que teriam
maior correlação com o controle autonômico e conseqüente regulação do sistema cardiovascular. Entre eles estão o núcleo
paraventricular que corresponde ao maior produtor de hormônio antidiurético, participando ativamente dos mecanismos
de elevação da pressão arterial e o núcleo dorsomedial responsável pelo diminuição da taquicardia e hipertensão quando
inibido por substâncias especificas, como o agonista GABA muscimol. O hipotálamo exerce influência controladora sobre o
sistema nervoso autônomo e parece integrar os sistemas autonômico e neuroendócrino, preservando assim a homeostase
corporal. Essencialmente, o hipotálamo deve ser visto como um centro nervoso superior para o controle dos centros
autonômicos inferiores no tronco encefálico e na medula espinhal.
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